Avaliação dos efeitos tóxicos dos carbamatos: I. Modelo experimental em ratos Wistar e comparação com a intoxicação exógena intencional em gatos e cães; II. Análise de estabilidade dos compostos e dos seus efeitos nos post mortem imediato e em animais exumados

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2015
Autor(a) principal: Siqueira, Adriana de
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/10/10133/tde-31082015-142508/
Resumo: A intoxicação intencional de animais e de pessoas é uma ameaça à saúde e à segurança públicas em todo o mundo. No Brasil, os pesticidas da classe dos carbamatos aldicarbe e carbofurano são facilmente obtidos, e uma única dose letal daqueles é facilmente misturada a alimentos palatáveis e iscas. Foram analisadas as necropsias de 26 gatos e 10 cães, da rotina do Serviço de Patologia Animal da FMVZ-USP, com variados intervalos post mortem e tipos de conservação de carcaça, intoxicados pelos carbamatos aldicarbe e carbofurano, confirmados pela cromatografia de camada delgada (CCD) e cromatografia líquida de alta performance com detector de arranjo de diodos (CLAE-DAD). Foram colhidas as matrizes biológicas para histopatologia e análise toxicológica. CLAE-DAD foi utilizada para detectar o aldicarbe e seus metabólitos, aldicarbe sulfóxido e aldicarbe sulfona, e carbofurano e seu metabólito 3-hidroxicarbofurano. As análises macroscópica e histopatológica revelaram predominantemente achados congestivos e hemorrágicos, o que pode ser resultante dos efeitos tóxicos dos carbamatos e seus metabólitos. Foram feitos 2 experimentos envolvendo exposição a uma dose única de carbofurano e de aldicarbe via gavagem em ratos Wistar. No primeiro, no qual foram avaliados os efeitos no post mortem imediato, 30 animais forma separados nos seguintes grupos: aldicarbe (n=10), carbofurano (n=10) e grupo controle (n=10). Os animais foram filmados para avaliar as alterações clínicas na intoxicação aguda e, quando foram sedados, foi colhido sangue por punção cardíaca para fazer o hemograma, bioquímica sérica, colinesterase e exame toxicológico e, após a eutanásia, foi feita a necropsia e colhido material para o exame histopatológico. Em todos os animais experimentais foi possível ser feita a detecção e a quantificação do aldicarbe e do carbofurano, além das alterações microscópicas congestivas e hemorrágicas, com alterações em parâmetros hematológicos e bioquímicos. No segundo experimento, foram utilizados 30 animais, e o protocolo experimental foi idêntico ao experimento anterior, exceto que, após o óbito, os animais foram colocados em uma caixa com terra nos seguintes grupos: 1 dia, 3 dias, 5 dias, 7 dias e 10 dias, e em cada dia foram agrupados 2 animais intoxicados e 1 controle, sendo que as necropsias foram feitas nestes intervalos. Foram colhidos cérebro, pulmão, fígado e rim ao exame histopatológico e globo ocular, conteúdo gástrico, fígado e músculo esquelético ao exame toxicológico. Foram observadas as alterações tanatológicas e, em todas as matrizes analisadas, puderam ser quantificados o aldicarbe e/ou seus metabólitos aldicarbe sulfóxido e aldicarbe sulfona, bem como o carbofurano e seu metabólito 3-hidroxicarbofurano. Estes estudos mostram a importância da necropsia e da coleta de matrizes diversas ao exame toxicológico, que são complementares e cruciais na investigação de óbitos decorrentes de intoxicações por praguicidas, tanto no post mortem imediato quanto em exumações