Intoxicação por aldicarb ("chumbinho") em cães e gatos: estudo das alterações post mortem macroscópicas e diagnóstico toxicológico por meio da cromatografia em camada delgada em amostras de conteúdo estomacal

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2004
Autor(a) principal: Xavier, Fabiana Galtarossa
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/10/10133/tde-25092006-125433/
Resumo: Os praguicidas são os principais agentes responsáveis pelas intoxicações, tanto em seres humanos como em animais. Dados preliminares sugerem que o uso ilegal do praguicida carbamato aldicarb ("chumbinho"), com a finalidade de intoxicar fatalmente cães e gatos, é uma prática comum na cidade de São Paulo. Apesar de não haver um levantamento sistemático destes casos, o Serviço de Necroscopia do Departamento de Patologia da Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia da Universidade de São Paulo (FMVZ/USP), tem registrado com relativa freqüência casos em que a principal suspeita de causa mortis é a intoxicação exógena por este agente. Desta maneira, o presente estudo propôs realizar um levantamento criterioso dos casos de intoxicação em cães e gatos recebidos por este Serviço, durante o período de 1999 a 2003, identificar e caracterizar os casos de intoxicação por aldicarb, incluindo a descrição das alterações post mortem macroscópicas, e empregar um método analítico para a confirmação do diagnóstico (cromatografia em camada delgada). Os resultados mostraram que os casos de intoxicação representam 14,3% das causas de óbitos em ambas espécies, sendo 9,8% em cães e 31,8% em gatos. O principal agente tóxico encontrado foi o aldicarb (214 casos), responsável por 89,0% das intoxicações em cães (113 casos) e 94,4% das em gatos (101 casos). Os demais agentes tóxicos encontrados foram: anticoagulantes em 9,4% dos cães (12 casos) e 0,9% dos gatos (1 caso), monofluoracetato de sódio em 1,6% dos cães (2 casos) e um solvente orgânico não especificado em 4,7% dos gatos (5 casos). Em todos os casos de intoxicação por aldicarb foram encontrados grânulos de coloração enegrecida no conteúdo estomacal, sugerindo a presença deste agente tóxico. Em ambas espécies, os órgãos mais afetados foram os pulmões (91,1% - hemorragia, edema e congestão), fígado (64,0% - congestão) e rins (43,4% - congestão). A cromatografia em camada delgada foi capaz de identificar a presença do aldicarb em todas as amostras de conteúdo estomacal provenientes de animais intoxicados por este agente, mostrando ser uma técnica qualitativa eficiente e adequada para este propósito, além de ser relativamente rápida, de baixo custo e de não sofrer interferência de componentes da matriz. Também foi útil na identificação do aldicarb em outros tipos de amostras, como alimentos e iscas. Assim, o presente estudo mostrou que o aldicarb é realmente o principal agente utilizado na cidade de São Paulo para intoxicar animais de companhia e ofereceu condições para se firmar o diagnóstico dos casos de intoxicação por este agente, através do estudo dos dados contidos no histórico e das alterações post mortem macroscópicas, além da utilização de um método analítico eficiente para a sua identificação