Estudo do sistema reprodutivo e divergência genética em cupuaçuzeiro (Theobroma grandiflorum (Willd ex Spreng) Schum.)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 1996
Autor(a) principal: Silva, Rainerio Meireles da
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://teses.usp.br/teses/disponiveis/11/11137/tde-20191218-163827/
Resumo: O cupuaçuzeiro (Theobroma grandiflorum (Willd ex Spreng) Schum.), é uma espécie pertencente à família Sterculiaceae, nativa da Região Amazônica, que ao longo do tempo vem sendo explorada pelos índios e caboclos regionais e, atualmente, desperta grande interesse nos mercados regional e nacional apresentando grandes perspectivas para o futuro, com o início das exportações. O principal produto da planta é a polpa do fruto, a qual é consumida na forma de suco, doce, compota, geléia, sorvete, etc. Embora apresentando muitas qualidades, a espécie tem sua produção baseada no semi-extrativismo e em pequenos plantios comerciais que vêm sendo implantados de maneira desordenada, com material de baixo valor genético, apresentando baixa produtividade, necessitando assim, de estudos básicos, a exemplo do sistema reprodutivo e divergência genética, para que seja transformada em cultura economicamente expressiva. Dentro deste contexto, os objetivos do presente estudo foram: analisar o comportamento do sistema reprodutivo do cupuaçuzeiro ao longo do período de florescimento, caracterizar a estrutura floral, determinar o sistema reprodutivo através da morfologia e comportamento da flor e determinar a divergência genética entre os clones utilizando caracteres morfológicos da flor e do fruto. Para tanto, foram utilizados dados de fenologia floral e frutificação, biologia floral, polinização controlada e dados morfométricos da morfologia floral e do fruto de 19 caracteres, para avaliar a divergência genética através dos processos multivariados de agrupamento fundamentado na distância generalizada de Mahalanobis e utilizando o algoritmo de ligação média não ponderada (UPGMA), método de otimização de Tocher e variáveis canônicas. A análise foi desenvolvida através da Procedure CANDISC do Systems of Analysis Statistics (SAS). Considerando as condições em que foi realizado este trabalho, os resultados permitiram obter as seguintes conclusões: - O cupuaçuzeiro apresenta o modelo de floração em picos, com um principal e dois ou três menores, sendo que a floração ocorre no período seco apresentando grande oscilação entre os dois anos estudados. - A espécie mostra variação na coloração da flor, número de óvulos no ovário e número de grãos de pólens produzidos. - Em cupuaçuzeiro, polinização satisfatória não significa que o fruto irá atingir a maturação, porém todo fruto maduro foi originado a partir de uma polinização satisfatória. - A espécie apresenta alta conversão de óvulos em sementes. - Os clones apresentam alto grau de auto-incompatibilidade, não aceitando autofertilização. Portanto a alogamia é a forma predominante de reprodução, sendo que este sistema reprodutivo não muda durante o período da floração. - O método de determinação indireta do sistema reprodutivo baseado na morfologia e comportamento floral é mais eficiente que a proporção pólen: óvulo. - Os métodos utilizados para determinar a divergência genética mostram a formação de três grupos, o primeiro formado com os clones originados do Pará e os outros dois formados com os clones originados do Amazonas. - Os clones mais próximos geneticamente (Muaná1 e Muaná2) evitam as trocas gênicas através do mecanismo de incompatibilidade. - Os caracteres da morfologia floral e fruto apresentam poder discriminatório que possibilitam sua utilização na avaliação da divergência genética do cupuaçuzeiro.