Endométrio fino refratário: protocolos de preparo endometrial e impacto nas taxas de gestação em ciclos de transferência de embrião congelado

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Ishimura, Rafaela Dib
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/17/17145/tde-15022024-101206/
Resumo: Introdução: O endométrio possui papel essencial na implantação embrionária, processo este que depende do desenvolvimento embrionário de boa qualidade e de endométrio sincrônico, associado a fatores endócrinos, sinalizações epigenéticas e moleculares. O endométrio fino é uma patologia, no qual mesmo na presença de níveis adequados de estrogênio não ocorre o crescimento e espessamento do tecido endometrial de maneira satisfatória, consequentemente a receptividade do endométrio fica comprometida, o que pode prejudicar a implantação do embrião. Esta alteração de receptividade endometrial é um fator limitante para o sucesso dos tratamentos de Reprodução Assistida, causa de falha recorrente de implantação e um dos fatores mais difíceis de serem abordados com as pacientes. Tendo em vista a importância do endométrio na implantação embrionária, esse trabalho teve como objetivo avaliar os ciclos de transferência embrionária, para definir a prevalência de endométrio fino refratário no Laboratório de Reprodução Assistida do Hospital das Clínicas de Ribeirão Preto, avaliar a resposta endometrial aos diferentes protocolos de preparo e os desfechos reprodutivos quando endométrio satisfatório é atingido nestas mulheres. Metodologia: Este estudo foi retrospectivo, baseado em dados de prontuário médico, no qual foram incluídas todas as pacientes submetidas a preparo endometrial para transferência de embriões criopreservados no período de 2018 a 2020 (N=550). Na primeira análise foram selecionados os casos em que o endométrio não atingiu espessura mínima de 7mm no primeiro ciclo (N=64), posteriormente, em análise complementar, foram incluídas pacientes com resposta endometrial considerada adequada, tratadas no mesmo período, como grupo controle (N=64). Foram analisadas as seguintes variáveis: características clínicas e epidemiológicas das pacientes, dados dos ciclos de estimulação ovariana, protocolos de preparo endometrial para transferência de embrião congelado e desfechos reprodutivos. Resultados: A prevalência de endométrio fino em ao menos um ciclo de preparo endometrial foi de 11,63% (n=64/550). A maior parte das pacientes que não desenvolvem endométrio favorável no primeiro ciclo de preparo, responde bem a protocolos alternativos nos ciclos subsequentes. Entre as 64 pacientes incluídas, apenas 18 foram consideradas como realmente portadoras de endométrio refratário (3,3%). Setenta e três por cento das pacientes que apresentaram ao menos um ciclo de endométrio fino no preparo para TEC desenvolveu endométrio favorável no ciclo fresco. Os protocolos que utilizaram a via transdérmica foram mais eficientes em induzir endométrio favorável e, portanto, propiciar a transferência, com superioridade estatística em relação ao ciclo natural (via oral + transdérmica x ciclo natural: p=0,0029) (via transdérmica x ciclo natural: p=0,0137). A taxa de gravidez química (β-hCG positivo) foi muito inferior nas pacientes com endométrio fino refratário quando comparado ao grupo controle (3,13% x 23,68%, p=0,0090). Conclusões: A prevalência de endométrio fino refratário foi de 3,3%. A taxa de cancelamento de ciclos foi de 75%. Os protocolos que utilizaram o preparo artificial com a via transdérmica (associado a via oral ou isolado) foram mais eficientes em induzir endométrio favorável, com superioridade estatística em relação ao ciclo natural. Pacientes com endométrio fino refratário possuem taxas de gestação muito inferiores em relação a mulheres sem esta condição em ciclos de transferência de embriões criopreservados.