Camilo Pessanha no contexto da sinologia do seu tempo: idiossincrasias

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2015
Autor(a) principal: Serafim, Fernando Ulisses Mendonça
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8150/tde-13012016-133230/
Resumo: O presente trabalho se propõe a analisar algumas concepções sobre o Oriente, correntes na primeira metade do século XX, que interferiram diretamente na escrita de Camilo Pessanha (1867-1926) sobre a vida chinesa. Morador de Macau por cerca de 26 anos, escreveu alguns poucos textos em prosa que tematizam a cultura e os costumes da China, além de ter tido contato com sinólogos de destaque. Os pareceres de Pessanha sobre o Oriente, bem como o de outros atores importantes, são relevantes na medida em que revelam influências do orientalismo, do exotismo e da sinologia, de maneira a reproduzir ou desafiar certos aspectos da lógica do discurso colonial instaurado em Portugal e aplicado em Macau. Num primeiro momento, o trabalho pretende refletir sobre a atuação de Camilo Pessanha como estudioso da cultura chinesa, prática na qual é confrontado com o seu contemporâneo e colega de trabalho Silva Mendes (1867-1931), também professor no Liceu de Macau. O discurso autorizado europeu que parte da ideia de domìnio sobre povos ditos inferiores seduziu a intelectualidade ocidental, e teve forte repercussão em grande parte dos pareceres de Camilo Pessanha sobre a cultura chinesa. Mostraremos, além dessa vertente, o cotejo que alguns estudiosos da vida do poeta empreendem em relação a uma suposta aproximação com a estética do exotismo. Desenhado este panorama, propomos um esboço do que seria uma nova visão portuguesa sobre Macau, ao cotejarmos o seu passado colonial, explicitado na prática administrativa portuguesa por autores como Oliveira Martins, com as novas possibilidades de compreensão da idiossincrasia macaense, esboçadas a partir de algumas iniciativas de autores como Camilo Pessanha e Silva Mendes.