Tensionamentos da ficção em Cópia fiel de Abbas Kiarostami

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2015
Autor(a) principal: Wahrhaftig, Alexandre
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/27/27161/tde-12012016-100651/
Resumo: O filme Cópia fiel (2010), de Abbas Kiarostami, configura um objeto estranho dentro da filmografia desse autor iraniano. Ao mesmo tempo que muito dialoga com questões já apresentadas em trabalhos anteriores do diretor, o filme marca uma ruptura, indica um novo caminho. Se sua obra continuamente explorou os cruzamentos entre ficção e realidade, Cópia fiel, por sua vez, parece mergulhar na ficção sem se referir a uma realidade que lhe seja exterior ou contígua. A dramaturgia e as construções formais do filme (enquadramentos, montagem, mise en scène) elaboram uma reflexão conceitual sobre a própria ideia de ficção e representação artística, explorando os conceitos-chave da obra: cópias e originais. Esta dissertação busca, através da análise fílmica, investigar tais procedimentos do filme que competem para tensionar a própria ideia de ficção cinematográfica. Dividimos nosso percurso em três partes para dar conta de distintos aspectos da ficção que o filme aborda, sintetizados nos termos palco, espelho e janela. O palco representa o ponto em que a ficção se coloca como evidentemente separada da realidade: lugar de paradoxos e de fricções entre ator e personagem. O espelho representa as infinitas repetições e duplicações da estrutura do filme e a relação de identificação-projeção do espectador com a obra. Por fim, a janela explora o viés realista do filme, sua vocação \"transparente\", problematizando a possibilidade de se acessar um determinado real, o original de todas as cópias.