Práticas epistêmicas, comunidades epistêmicas de práticas e o conhecimento biológico: análise de uma atividade didática sobre dinâmica de crescimento populacional

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: Gerolin, Eloisa Cristina
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/81/81133/tde-10072018-113416/
Resumo: Com base nos pressupostos da psicologia sociocultural, da alfabetização científica, da antropologia social e dos estudos de sociologia e filosofia da Ciência, nesta dissertação buscamos analisar como as práticas epistêmicas da ciência mobilizadas no ensino e na aprendizagem de ecologia se relacionam com as práticas epistêmicas comumente utilizadas nos estudos científicos desenvolvidos nesse campo do conhecimento; e como o engajamento com tais práticas proporcionou aos estudantes a oportunidade de se apropriar de aspectos da cultura cientifica. Neste trabalhamos também procuramos compreender como o envolvimento em uma atividade investigativa sobre dinâmica populacional propiciou a formação de uma comunidade epistêmica de práticas, na qual estudantes e professora trabalharam de maneira coletiva e colaborativa, por meio do compartilhamento e validação de práticas socioculturais (as práticas epistêmicas), valores, critérios, procedimentos, explicações, ideias, argumentos, etc. Esta pesquisa foi conduzida como um estudo de caso qualitativo. Os dados analisados nesta pesquisa foram coletados por meio de gravações audiovisuais durante as aulas de biologia do primeiro ano do ensino médio (alunos com idades entre 15 e 16 anos) de uma escola pública estadual da cidade de São Paulo. As gravações audiovisuais foram transcritas, organizadas em unidades de análise e interpretadas por meio de rubricas/descritores das categorias de análise. Nossos resultados indicam que o compartilhamento de um objetivo em comum (responder à pergunta de investigação da atividade investigativa), o engajamento com as práticas epistêmicas e os processos de validação e legitimação de técnicas, ferramentas, conhecimentos, procedimentos e evidências, conduziram o grupo sala a um processo de constituir-se como uma comunidade epistêmica de práticas. Nesse processo destaca-se o papel da professora na avaliação e legitimação das proposições dos estudantes, promovendo a consolidação da comunidade e o estabelecimento de critérios para julgamento do que conta como dado, evidência e justificativa na atividade investigativa. Este estudo também trouxe evidências de como a natureza do conhecimento que tematiza a atividade didática influenciou na mobilização de práticas epistêmicas similares às empregadas nos estudos científicos sobre dinâmica de populações. As interações discursivas dos estudantes e da professora evidenciaram um engajamento com práticas epistêmicas muito similares às dos estudos ecológicos de dinâmica de populações, como a utilização e construção de gráficos que expressam a dinâmica da população ao longo do tempo e o estabelecimento de metodologias e técnicas de contagem e amostragem de indivíduos.