O ensino do artigo de opinião: das teorias às atividades didáticas dos apostilados da rede pública paulista

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2015
Autor(a) principal: Carvalho, Sílvia Mamede de
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8162/tde-11122015-111913/
Resumo: Esta dissertação trata de questões voltadas ao ensino do gênero artigo de opinião no 9º ano do Ensino Fundamental e tem por propostas conhecer e explicitar de que modo os alunos são orientados quanto à aprendizagem desse gênero e quais resultados se observam quanto aos textos produzidos por esses estudantes. Para tal fim, procedemos à análise do Currículo Oficial de Língua Portuguesa, adotado nas escolas da rede estadual de ensino do Estado de São Paulo, além de descrevermos e analisarmos as atividades propostas para a aprendizagem do artigo de opinião contidas no Caderno do Aluno. Nos textos produzidos pelos alunos, examinamos a estrutura do artigo de opinião e o uso estratégico da língua portuguesa em termos de persuasão. A base teórica que fundamentou nossa investigação está pautada na definição de texto e gênero do discurso de Bakhtin (2011[1959-61]), que concebe a linguagem como um conjunto de práticas sociointeracionais, realizadas por sujeitos históricos e reconhece os gêneros como elementos fundamentais para a comunicação humana. Quanto às estratégias de ensino de produção textual recorremos a Koch (2012; 2013; 2014). No que tange à Argumentação, conceitos e procedimentos que necessitam ser mobilizados na produção de textos argumentativos, recorremos aos pressupostos da Nova Retórica, elaborados por Perelman e Olbrechts-Tyteca (2005[1958]) e, também aos estudos de Amossy (2011), Aquino (1997) e Koch (2011) referentes ao trabalho com estratégias argumentativas e critérios para a análise de textos argumentativos. Como resultado, observamos um distanciamento entre o que está prescrito no Currículo de Língua Portuguesa e as atividades propostas aos alunos para a aprendizagem do artigo de opinião. Verificamos, ainda, que as Situações de Aprendizagem analisadas não contribuem para uma aprendizagem significativa desse gênero discursivo, uma vez que os encaminhamentos propostos para o ensino da produção textual não possibilitam que os alunos vivenciem a escrita argumentativa como prática social significativa. Quanto à análise das produções textuais dos alunos, constatamos que, embora sejam capazes de assumir um posicionamento claro a respeito da polêmica apresentada, os estudantes apresentam dificuldades tanto na estruturação do artigo de opinião, quanto no emprego dos fatores linguísticos e discursivos que contribuem para a construção da coerência textual.