Fibrose miocárdica intersticial na miocardiopatia chagásica - avaliação do T1 nativo e do volume extracelular do miocárdio pela ressonância magnética

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Melo, Rodrigo de Jesus Louzeiro
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5131/tde-20092021-111021/
Resumo: ntrodução: Na doença de Chagas, a presença de realce tardio (RT) miocárdico detectado pela ressonância magnética cardíaca (RMC) estabeleceu papel fundamental no prognóstico da gravidade da doença e ocorrência de eventos cardiovasculares e morte. Por meio das técnicas de mapa T1, é possível detectar a expansão precoce e difusa da matriz extracelular nos estágios iniciais de miocardiopatia de diversas etiologias. A despeito disso, o T1 nativo miocárdico e o volume extracelular (VEC) ainda não foram avaliados no espectro da doença de Chagas. Objetivos: Avaliar as alterações de VEC pela técnica de mapa T1 nos diferentes estágios da doença de Chagas e correlacionar com a função ventricular esquerda, arritmias ventriculares e ocorrência de desfechos combinados (implante de cardioversor-desfibrilador, transplante cardíaco e morte). Métodos: Neste estudo prospectivo observacional, foram comparados quatro grupos de gravidade da miocardiopatia chagásica: forma indeterminada, miocardiopatia com FEVE preservada ( 50%), intermediária (40-49%) e reduzida (< 40%). Tais pacientes também foram comparados com um grupo controle de voluntários sadios. Todos os participantes foram submetidos a RMC em aparelho de 1,5T, incluindo avaliação da função de VE e VD, RT para pesquisa de fibrose miocárdica e sequência de mapa T1 (MOLLI) pré-contraste (nativo) e 15-20 minutos após a administração EV de 0,2 mmol/kg de contraste a base de gadolínio. Resultados: Noventa pacientes e 17 controles foram avaliados. FEVE, fibrose miocárdica focal e VEC global correlacionaram-se com a gravidade da doença. O T1 nativo e o VEC miocárdicos tanto globais quanto remotos (excluindo áreas com RT) foram similares entre os grupos controle, indeterminado e FEVE preservada (996±46 ms, 1.010±41 ms, 1.005±69 ms, respectivamente, p = NS). Os grupos miocardiopatia com FEVE intermediária e reduzida apresentaram valores significativamente maiores de T1 nativo e VEC globais e, principalmente, remotos comparados a pacientes com FEVE preservada. VEC remoto também foi maior em indivíduos com RT positivo. Aproximadamente 12% dos pacientes com a forma indeterminada apresentaram VEC > 30% e esta proporção foi progressivamente mais elevada quanto maior a gravidade da doença. Diferentemente da presença de RT, os valores de T1 nativo e VEC não foram preditores independentes do desfecho combinado. Conclusões: Os valores de T1 nativo e VEC miocárdicos aumentaram nos pacientes com doença de Chagas com disfunção ventricular (mesmo naqueles com FEVE intermediária) comparados com pacientes com função normal e controles. Os valores de T1 nativo e VEC miocárdicos se apresentaram progressivamente mais elevados quanto maior a gravidade da doença e se mostraram alterados mesmo em pacientes com a forma indeterminada da doença. A despeito de T1 nativo e VEC miocárdicos não terem sido capazes de predizer desfechos cardiovasculares maiores neste grupo de pacientes, espera-se que o poder de estratificação de risco destas técnicas na doença de Chagas seja demonstrado em análises futuras