Vivências escolares de estudantes negros: o acesso à Universidade de São Paulo após a adoção das cotas raciais

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Silva, Suellen Francine da Silva e
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/59/59140/tde-27052020-094636/
Resumo: Os índices de acesso ao ensino superior no Brasil revelam um processo histórico de desigualdade racial na educação. Ante esse contexto, a recente política de cotas raciais adotada pela Universidade de São Paulo (USP) tem como meta incluir estudantes negros nos cursos da universidade e, assim, contribuir para amenizar tais desigualdades. Sendo a escolarização anterior dos estudantes um fator importante para o acesso ao ensino superior, o presente trabalho buscou compreender as vivências escolares dos estudantes negros que ingressaram na USP por meio de cotas raciais, investigando aspectos de suas trajetórias que contribuíram para o acesso ao ensino superior público. Com base em dados disponibilizados no sítio da Fuvest, foi realizado o levantamento dos cursos mais seletivos de um dos campi da USP e do perfil racial dos estudantes que ingressaram nesses cursos. Nesse levantamento, verificou-se que o perfil racial discente é majoritariamente branco, sendo os estudantes negros minoria nos cursos seletivos. A análise das vivências escolares dos estudantes indica que um conjunto de fatores, como o fato de serem bons alunos, o incentivo de professores e a mobilização das famílias na vida escolar dos filhos, atuou nas trajetórias dos estudantes, contribuindo para que eles pudessem chegar à universidade. Essas vivências também apontam que as escolas frequentadas pelos estudantes durante a educação básica contribuíram para a reprodução de situações de racismo, dificultando a construção de uma identidade negra positiva. Contudo, os resultados da pesquisa também indicaram que o acesso a outras vivências fora do ambiente escolar, bem como a participação no coletivo negro da universidade permitiram aos estudantes apropriarem-se de uma consciência racial, ressignificando suas identidades.