Divisão territorial do trabalho e transporte rodoviário interestadual de passageiros entre o interior sulista e a fronteira agrícola

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Santos, Bruno Candido dos
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8136/tde-03102019-153907/
Resumo: O transporte rodoviário interestadual de passageiros no Brasil é uma atividade econômica dotada de função social porque é responsável por propiciar deslocamentos diários para dezenas de milhões de pessoas anualmente. Trata-se de uma expressão da divisão territorial do trabalho, pois elucida as interações entre diversos centros na rede urbana e entre variadas regiões, o que realça seu papel na integração territorial. No contexto da reestruturação produtiva ocorrida a partir da década de 1970 áreas nas regiões Centro-Oeste, Norte e Nordeste são integradas ao Centro-Sul do país configurando um mercado nacional unificado. O avanço da fronteira agrícola rumo ao Norte e ao Oeste cria novos usos do território em extensões até então pouco articuladas com o restante do país, como o norte matogrossense, o estado de Rondônia, o oeste baiano, o norte goiano, entre outras cada qual com suas particularidades, estas regiões se inserem com ritmos variados dentro do processo de expansão da agropecuária modernizada vinculada à produção de matérias-primas para o mercado externo. Tal processo modernizador demandou fluxos de migrantes advindos do Sul do Brasil, sobre os quais este trabalho se debruça, com destaque para as ligações rodoviárias interestaduais e inter-regionais com origem em centros da rede urbana do interior da região Sul, como Carazinho/RS e Cascavel/PR e se destinam aos novos polos regionais no Centro-Oeste, como Alta Floresta/MT e Sinop/MT bem como fora desta região: Barreiras/BA e Ji-Paraná/RO. O conjunto de ligações abarcado por esta pesquisa contempla trajetos com mais de 1.900 quilômetros de extensão formados por rotas inter-regionais que estão distantes da faixa costeira e tem como principais centros cidades como Brasília/DF, Campo Grande/MS, Cuiabá/MT e Goiânia/GO. Trata-se de uma circulação interiorizada pujante responsável pela manutenção de empresas de transporte interestadual de passageiros desde os primórdios das migrações rumo à fronteira agrícola, já que todas as companhias operantes atualmente são oriundas de centros locais e regionais sulistas. Para tanto a pesquisa delimitou eixos de circulação, com a finalidade de caracterizar a dinâmica dos fluxos para subsidiar a argumentação que sustenta a manutenção destas longas rotas pelo território nacional.