Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2019 |
Autor(a) principal: |
Rodrigues, Bruno Mangili de Paula |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/59/59134/tde-28112019-164606/
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Resumo: |
O sistema endocanabinoide desempenha um papel importante na organização dos comportamentos defensivos relacionados com o medo. Diferentes estratégias defensivas são adotadas dependendo da situação em que o animal se encontra, sendo algumas das respostas de defesa induzidas pelo medo instintivo caracterizadas por serem mais elaboradas e dirigidas para algum abrigo ou rota de fuga. Recentemente, experimentos com roedores, utilizando o confronto com um predador, têm sido conduzidos no sentido de eliciar reações defensivas em um modelo comportamental de ataques de pânico. Nessa abordagem, a natureza aversiva da situação ameaçadora e o risco iminente de morte permitem observar variações nas respostas defensivas. O presente estudo teve como objetivo avaliar o efeito do tratamento agudo com canabidiol sobre as respostas defensivas em camundongos (Mus musculus), evocadas diante de um predador natural, a serpente Bothrops jararaca. Os roedores foram submetidos à habituação a uma arena poligonal munida com uma toca artificial e plataformas de escape. Após o registro da linha de base do reflexo de retirada induzido por estímulos álgicos, registrados de 5 em 5 min, segundo o teste de retirada de cauda, as presas foram pré-tratadas com administrações intraperitoneais (IP) de um antagonista de receptores CB1, o AM251, em diferentes doses, seguidas, após 10 min, pelo tratamento IP com canabidiol (CBD), na dose de 3 mg/kg. Trinta minutos após o tratamento com CBD, os roedores foram submetidos ao confronto com jararacas durante 5 min na arena poligonal para serpentes, e as respostas instintivas de defesa, como atenção defensiva, aproximação cautelosa, imobilidade defensiva, e comportamento de fuga explosiva e direcionada para a toca ou para as plataformas de escape foram avaliadas. Imediatamente após o comportamento de fuga, as latências de retirada de cauda foram aferidas de 5 em 5 min, durante 30 min. Os camundongos ao serem submetidos ao confronto com um de seus predadores naturais apresentam diversos comportamentos antipredatórios e antinocicepção induzida pelo medo inato, em comparação às respostas exploratórias evocadas quando confrontados com uma serpente de brinquedo. O tratamento por via periférica com CBD causou um efeito ansiolítico e panicolíticos, reduzindo significantemente as respostas de atenção defensiva, aproximação cautelosa, imobilidade defensiva e de fuga, com consequente diminuição da antinocicepção induzida pelo medo. A atenuação do comportamento antipredatório causada pelo tratamento com CBD, foi revertida pelo tratamento por via intraperitoneal com AM251, o que sugere que o efeito antiaversivo do CBD depende pelo menos em parte do recrutamento de receptores canabinoides do tipo CB1. |