A cor na voz: linguagem e identidade negra em histórias de vida digitalizadas contadas por meio de práticas educomunicativas

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2013
Autor(a) principal: Prandini, Paola Diniz
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/27/27152/tde-30012014-105233/
Resumo: A pesquisa teve como objetivo principal analisar, por meio de seus próprios discursos, os processos de construção de identidade negra de jovens do Ensino Fundamental II de uma escola pública da periferia da cidade de São Paulo. O estudo de caso foi a técnica de pesquisa adotada e os procedimentos metodológicos se inseriram na pesquisa participante. O quadro teórico sobre o qual se assentou a pesquisa teve como base a Educomunicação, as práticas do Digital Storytelling, os estudos de linguagem empreendidos por Bakhtin, a Análise de Discurso (de linha francesa) e os conceitos relacionados ao \"ser negro\" no contexto sociocultural brasileiro. A pesquisa de campo contou com a realização de oficinas educomunicativas com um grupo de jovens de uma mesma sala de aula, capacitando-os para a criação de vídeos tendo como base suas histórias de vida, que constituíram parte fundamental do corpus da pesquisa. Para além do trabalho com as habilidades técnicas, o projeto contou com rodas de discussão a respeito do conceito de identidade em suas dimensões sociais e individuais. Cabe ressaltar que também foram objeto de análise as estratégias educomunicativas empregadas pela pesquisadora e os discursos dos alunos registrados ao longo do desenvolvimento da pesquisa. Para a elaboração da narrativa audiovisual, foram utilizados os procedimentos do Digital Storytelling e, dessa forma, pôde-se observar a produção de sentidos identitários individuais e sociais, na medida em que esta coloca em marcha um processo em que os sujeitos - os alunos - constituem-se como autores de suas próprias histórias. Os resultados da pesquisa indicam que, ao se constituírem como instância enunciadora, tais sujeitos dão início a um processo de conscientização em relação a si mesmos e ao grupo social, o que se torna possível graças ao distanciamento propiciado pelo ato de se autonarrar. Deve-se enfatizar que esse processo de construção identitária, de reconhecimento de si-mesmo, ganha corpo por meio da alteridade (Bakhtin), que pode propiciar a aquisição da consciência social de si mesmo e, assim, do \"ser negro\" na sociedade brasileira. Ademais, ressalta-se a importância da abordagem educomunicativa no processo conduzido junto aos jovens, pois se entende que o mesmo foi motivador da criação de um ecossistema comunicativo, necessário para que a pesquisadora - ali atuando como mediadora - e os sujeitos pesquisados ultrapassassem possíveis barreiras da relação professor-aluno para que, libertos, pudessem falar de si mesmos e de suas experiências, tendo, inclusive, os seus relatos digitalizados.