Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2019 |
Autor(a) principal: |
Ferreira, Bruno de Oliveira |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
|
Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
|
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
|
Departamento: |
Não Informado pela instituição
|
País: |
Não Informado pela instituição
|
Palavras-chave em Português: |
|
Link de acesso: |
http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/27/27154/tde-18092019-104237/
|
Resumo: |
O presente trabalho analisa as competências de jornalistas, aplicadas no mundo do trabalho, em atividades de educomunicação. Partimos da constatação de que, especialmente no terceiro setor brasileiro, existem organizações sociais idealizadas e gerenciadas por jornalistas de formação. Ademais, no âmbito da Associação Brasileira de Pesquisadores e Profissionais em Educomunicação (ABPEducom), o jornalismo é a categoria profissional mais representativa entre seus associados, o que demonstra proximidade e identificação de jornalistas com a educomunicação. Assim, no âmbito teórico desta pesquisa, procuramos discutir a educomunicação como atividade de trabalho adequada a jornalistas. Recorremos, para tal, a autores(as) que (1) problematizam o sujeito social, a formação de sua subjetividade e seu engajamento em movimentos sociais, bem como a inter-relação comunicação e educação, em especial a partir das organizações sociais no Brasil; (2) abordam o ensino e a prática do jornalismo e o seu esvaziamento na contemporaneidade, em que os relatos da realidade da imprensa hegemônica reduzem o jornalismo a mercadoria e os(as) seus(suas) profissionais, portanto, a autômatos da informação e (3) discutem o trabalho na perspectiva da ontologia do ser social e, nesse sentido, a abordagem ergológica fundamenta o olhar que constituímos sobre trabalho, além de ser, no âmbito metodológico, a postura epistemológica que adotamos na organização da pesquisa para friccionar práticas, experiências e discursos sobre trabalho. A pesquisa de campo que realizamos se deu com base em três coletas: a primeira, de cunho exploratório e quantitativo, levantou um perfil inicial do(a) educomunicador(a) brasileiro(a), a partir dos associados à ABPEducom e, em especial, do(a) jornalista que se identifica com a educomunicação. A segunda, de caráter empírico, consistiu na observação e análise da atividade de trabalho de nove jornalistas vinculados(as) a seis iniciativas em que a educomunicação é identificada, seja nas características processuais das atividades desenvolvidas, seja na proximidade dos(as) profissionais com o conceito e também com o universo da educação. A terceira coleta, por fim, consistiu na escuta de 21 jornalistas com atuação na interface comunicação e educação. O Dispositivo dinâmico de três polos, que visa a compreender as inter-relações que há no mundo do trabalho, emprestado da ergologia, alicerça a metodologia desta pesquisa, permitindo tensionar as atividades de trabalho observadas em sua empiria e os discursos dos profissionais sobre o trabalho exercido na interface com a educação. A Análise do Discurso (AD) foi uma técnica empregada para identificar as questões que permeiam o que jornalistas dizem sobre suas práticas de interface, sobretudo os valores e repertórios que empregam no exercício da educomunicação. Como principais resultados, identificamos que os(as) profissionais pesquisados(as) resgatam a deontologia do jornalismo nas atividades de educomunicação, nas quais exercem sua sensibilidade para questões sociais. O repertório predominante, nesse contexto, é mais da comunicação e menos do jornalismo, sendo este combinado com estratégias comunicativas, educativas e de desenvolvimento social. |