Eficiência no uso da água, resistência estomática e parâmetros aerodinâmicos da cultura de milho (Zea mays L.)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 1986
Autor(a) principal: Volpe, Clovis Alberto
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://teses.usp.br/teses/disponiveis/11/11140/tde-20231122-093321/
Resumo: O presente trabalho foi conduzido com os objetivos de determinar a eficiência no uso da água para a produção de matéria seca e de grãos, a resistência estomática à difusão do vapor d’água e os parâmetros aerodinâmicos, para a cultura do milho (Zea mays L.). O estudo foi realizado com as variedades IAC-Maya, IAC-Maya Latente e o híbrido Cargill-601, durante os anos agrícolas 1981/82 e 1982/83. Os experimentos foram instalados na Estação Experimental do Instituto Agronômico de Campinas, em área de superfície plana, cujo solo e Latossol Roxo. Os parâmetros fisiológicos foram determinados através de amostragens quinzenais das plantas. Os parâmetros fisiológicos analisados foram: índice de área foliar, taxa de crescimento da cultura, eficiência da planta para a produção de grãos, produtividade total de grãos e eficiência no uso da água para a produção de grãos e de matéria seca. A evapotranspiração real (consumo de água), determinada através do balanço hídrico de campo, foi relacionada com a evapotranspiração de referência, estimada através da evaporação do tanque Classe A. A resistência estomática à difusão do vapor d’água foi medida com um porômetro “steady-state”. As resistências estomáticas adaxial e abaxial foram medidas separadamente, e a resistência total foi calculada assumindo que as superfícies da folha atuam como resistores em paralelo. Os parâmetros aerodinâmicos foram determinados através de perfis de vento, medidos sobre o cultivar IAC-Maya. As temperaturas seca e úmida do ar foram obtidas simultaneamente com a velocidade do vento, usando termopares de cobre-constantan. Os resultados indicaram que o híbrido Cargill-601 apresentou, em relação às variedades, menor ciclo, menor número de folhas, menor produtividade biológica e maior índice de colheita. A taxa de crescimento da cultura foi pequena no início do desenvolvimento, alcançando valores máximos, cerca de 80 dias após a emergência. Houve diferença entre cultivares e diferença de ano para ano no consumo de água. Considerando os dois anos agrícolas, os consumos médios de água foram 538,5 mm; 487,6 mm e 458,7 mm para os cultivares IAC-Maya, IAC-Maya Latente e Cargill-601, respectivamente, enquanto que a evapotranspiração de referência média foi de 444,4 mm. A razão entre a evapotranspiração real e a evapotranspiração de referência para o cultivar IAC-Maya foi de 1,11, no primeiro e no segundo experimento; para o cultivar IAC-Maya Latente foi 0,93, no primeiro, e de 1,10, no segundo experimento; e para o cultivar Cargill-601 de 1,14 e 1,22, no primeiro e no segundo experimento, respectivamente. Não houve, entre os cultivares, diferença na eficiência no uso da água para a produção de matéria seca de folhas, colmos, espigas e total. A eficiência no uso da água para a produção de matéria seca total, obtida através da função logística, foi de 3,25; 3,48 e 3,14 g.m-2.mm-1, para os cultivares IAC-Maya, IAC-Maya Latente e Cargill-601, respectivamente. A eficiência no uso da água, media dos dois experimentos, para a produção de grãos (13% de umidade), foi 1,15; 1,20 e 1,34 g.m-2.mm-1, para os cultivares IAC-Maya, IAC-Maya Latente e Cargill-601, respectivamente. Em condições de baixa umidade no solo (potencial matricial de -0,2 e -0,4 MPa), observou-se a maior sensibilidade para o fechamento dos estômatos no cultivar IAC-Maya Latente, nos horários de maior demanda evaporativa da atmosfera. Em condições de alta umidade no solo (potencial matricial de - 0,02 MPa), a resistência estomática total do cultivar IAC-Maya Latente não diferiu do Cargi11-601. Os valores observados no início da manhã foram significativamente superiores aos observados no decorrer do dia. Em ambos os cultivares, a resistência estomática adaxial foi superior à resistência estomática abaxial. Em solo úmido (potencial matricial de -0,02 MPa), a relação entre a resistência estomática e a densidade de fluxo de radiação fotossinteticamente ativa incidente sobre a superfície superior da folha, foi hiperbólica, para um intervalo de 100 a 2500 µE.s-1.m-2. Em irradiância superior a 700 µE.s-1.m-2, foi linear a relação entre a resistência estomática total e o déficit de pressão de vapor d’água do ar. Aumento do déficit de pressão resultou em decréscimo da resistência estomática total. Na fase do pendoamento e em condições próximas à neutralidade, a razão entre o deslocamento do plano zero (d) e a altura da cultura (h) variou de 0,62 a 0,81, e a razão entre o parâmetro de rugosidade (z0) e a altura da cultura variou de 0,13 a 0,32. Os valores médios foram 0,74 e 0,20, respectivamente. Houve dependência de d e de z0 com a velocidade do vento. Observou-se a tendência de d/h aumentar e z0/h diminuir com a velocidade do vento. A resistência aerodinâmica à difusão de vapor d’água variou, durante o dia, de 0,15 a 0,24 s.cm-1, com um valor médio de 0,19 s.cm-1.