Impacto do isolamento social no sono e na qualidade de vida relacionada à saúde em adolescentes com doenças crônicas pré-existentes durante o enfrentamento da pandemia do novo coronavírus

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2024
Autor(a) principal: Helito, Alberto Carame
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5141/tde-12112024-174617/
Resumo: Objetivo: Avaliar parâmetros de qualidade de sono e qualidade de vida relacionada a saúde (QVRS) em adolescentes saudáveis e com condições crônicas, em quarentena, durante a primeira onda da pandemia do novo coronavírus COVID-19, em 2020. Métodos: Estudo transversal que incluiu 305 adolescentes com condições crônicas e 82 adolescentes saudáveis. Foram respondidas pesquisas on-line, que incluíram dados sociodemográficos, informações sobre rotinas de cuidados a saúde durante a quarentena da pandemia da COVID-19 e questionários validados: Índice Pittsburgh de Qualidade de Sono (PSQI), Pediatric Quality of Life Inventory 4.0 (PedsQL4.0), e Pediatric Outcome Data Collection Instrument (PODCI). Resultados: As medianas de idade [14 (10-18) versus 15 (10-18) anos, p=0,847] e de freqüência de sexo feminino (62% versus 58%, p=0,571) foram semelhantes em adolescentes com condições crônicas comparados a adolescentes saudáveis. A freqüência de má qualidade de sono foi semelhante em ambos os grupos (38% versus 48%, p=0,118). Análise por regressão logística incluindo tanto adolescentes saudáveis quanto adolescentes com condições crônicas (n=387) demonstrou que aumento do tempo de tela (OR 3,0; IC 95% 1,3-6,8; p=0,008) e violência intrafamiliar (OR 2,1; IC 95% 1,2-3,5; p=0,008) foram independentemente associados com má qualidade de sono nesses adolescentes. A avaliação da pontuação de função global do PODCI demonstrou que quanto melhor a QVRS, menor a chance de ter má qualidade do sono (OR 0,97; IC 95% 0,94-0,99; p=0,001). Dentre o grupo dos adolescentes com condições crônicas (n=305), a regressão logística demonstrou que violência intrafamiliar durante a pandemia (OR 2,0; IC 95% 1,2-3,4; p=0,011) e aumento do tempo de tela durante a pandemia (OR 3,1; IC 95% 1,4-6,8; p=0,006) permaneceram independentemente associados com má qualidade de sono. Além disso, a avaliação da pontuação de função global do PODCI demonstrou que quanto melhor a QVRS, menor a chance de ter má qualidade do sono (OR 0,96; IC 95% 0,94-0,98; p<0,001). Conclusões: Aumento do tempo de tela e violência intrafamiliar impactaram negativamente no sono de adolescentes com condições crônicas, assim como em adolescentes saudáveis, durante a quarentena da pandemia de COVID-19. Também foi demonstrado que o aumento de tempo de tela foi o fator mais importante que influenciou negativamente a qualidade de sono dos adolescentes com condições crônicas no período estudado. Além disto, foi observada redução nos parâmetros de QVRS nos adolescentes com má qualidade de sono