Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2013 |
Autor(a) principal: |
Wolff, Danielly Gonçalves |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/10/10134/tde-27112013-105415/
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Resumo: |
A leptospirose é uma zoonose causada por bactérias patogênicas do gênero Leptospira. A doença representa um grave problema de saúde pública nos países tropicais subdesenvolvidos. Mais de 500.000 casos graves de leptospirose são notificados a cada ano e a taxa de mortalidade excede 10% (World Health Organization, 1999). Os roedores são o principal reservatório urbano da doença, e eliminam leptospiras viáveis no meio ambiente ao longo de toda a vida. As bactérias entram no hospedeiro por abrasões na pele ou por membranas mucosas e rapidamente se espalham pelo organismo atingindo vários órgãos. A identificação de mecanismos de invasão e de evasão imune apresentados por leptospiras patogênicas é extremamente relevante e tem sido alvo de pesquisas recentes desenvolvidas por vários grupos. Nesse contexto, a caracterização funcional de proteínas de membrana externa de Leptospira, principais alvos de interação com moléculas do hospedeiro, é de grande importância. O Fator de Elongação Tu (EF-Tu), uma proteína bacteriana abundante envolvida na síntese protéica, pertence à categoria das proteínas conhecidas como \"moonlighting\". Tais moléculas possuem a capacidade de exercer mais de uma função e, normalmente, localizam-se em diferentes compartimentos da célula. Há relatos de que EF-Tu de agentes patogênicos possa atuar como um fator de virulência. No presente trabalho, demonstrou-se que EF-Tu de Leptospira está localizado na superfície da bactéria e possui funções adicionais, sendo receptor para moléculas presentes no plasma do hospedeiro. Tal proteína interage com vários componentes da matriz extracellular e também com plasminogênio, de maneira dosedependente. Resíduos de lisina são importantes para essa interação. Plasminogênio ligado a EF-Tu é convertido em sua forma ativa, plasmina, que, por sua vez, é capaz de clivar os substratos naturais C3b e fibrinogênio. EF-Tu de Leptospira também se liga a Fator H, principal regulador da via alternativa do sistema complemento, e este mantém sua atividade funcional ao agir como co-fator de Fator I na clivagem de C3b. O potencial imunoprotetor de EF-Tu em modelo animal foi avaliado, tendo em vista o alto grau de conservação da proteína em diferentes espécies de Leptospira. EF-Tu não conferiu proteção significativa e, portanto, não deve ser considerado como um candidato vacinal contra a leptospirose. Em suma, EF-Tu de Leptospira deve contribuir para o processo de invasão e evasão ao sistema imune inato do hospedeiro, inativando o sistema complemento. Tanto quanto é do nosso conhecimento, essa é a primeira descrição de uma proteína \"moonlighting\" em Leptospira. |