Atividade proteolítica de proteases secretadas por leptospiras patogênicas na fagocitose por macrófagos humanos e murinos

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Amamura, Thaís Akemi
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/42/42133/tde-06052022-144545/
Resumo: A leptospirose é uma zoonose causada por bactérias espiroquetas que pertencem ao gênero Leptospira. Muito frequente em áreas tropicais e subtropicais, a doença representa um grave problema de saúde pública. Leptospiras patogênicas possuem a habilidade de escapar do Sistema Complemento, sendo capazes de sobreviver in vitro quando em contato com soro humano normal (SHN). Em um estudo anterior realizado por nosso grupo, observou-se que o sobrenadante de cultura de várias espécies de leptospiras patogênicas (SLP) contem proteases que clivam várias proteínas do Complemento como a molécula central C3, assim como seus fragmentos, C3b e iC3b. Nossa hipótese de trabalho é que tais proteases, incluindo termolisina e papalisina, poderiam diminuir a internalização e morte de leptospiras por fagócitos. Empregando citometria de fluxo, nós observamos menor presença de LFA-1, CR3 e CR4 em macrófagos peritoneais murinos tratados por 24 h com SLP. Por microscopia confocal, observou-se menor presença de TLR2, CD11b e CD206 quando essas células foram tratadas com SLP por 24 h. Macrófagos da linhagem humana THP-1, após tratamento com SLP e termolisina, apresentam menor presença de TLR2, TLR4, CD206 e CR1em sua superfície. Além disso, opsoninas como C3b/iC3b depositadas na superfície de leptospiras patogênicas também podem ser completamente degradadas na presença de SLP ou termolisina recombinante. E por fim, a fagocitose de leptospiras patogênicas por THP-1 diminuiu significativamente, quando essas células foram tratadas com SLP, termolisina e papalisina recombinantes e comparadas com células tratadas apenas com PBS. Desta forma, os resultados obtidos neste estudo sugerem que proteases secretadas por leptospiras patogênicas poderiam ser capazes de interferir no seu reconhecimento e na sua internalização pelos macrófagos murinos ou humanos, por meio da degradação de opsoninas presentes no soro humano normal ou depositadas na membrana da bactéria bem como na clivagem ou inibição de moléculas de superfície de macrófagos favorecendo assim a disseminação de leptospiras no organismo.