Mudanças contábeis e reações do mercado na implantação compulsória do IFRS no setor bancário brasileiro

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2013
Autor(a) principal: Fé Júnior, Armando Lopes Dias da
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/96/96133/tde-22012014-170531/
Resumo: Desde 2010, os bancos brasileiros são obrigados a publicar suas demonstrações financeiras anuais consolidadas em dois padrões contábeis diferentes, COSIF e IFRS. Este estudo buscou conhecer e apontar impactos do peculiar processo de adoção dos bancos brasileiros ao IFRS, tanto sob o ponto de vista de quem fornece as informações, quanto dos investidores. Para tanto, buscou-se inicialmente conhecer a população brasileira de bancos e quais as mudanças divulgadas em suas demonstrações financeiras. Por meio de uma análise comparativa das demonstrações financeiras, foram encontradas diferenças entre os valores publicados em praticamente todas as contas das DREs das instituições e com uma aparente independência entre as decisões de reclassificação uma vez que ocorreram em amplitudes e sentidos diferentes. Por meio de uma amostra de 16 bancos, observou-se que o Lucro Líquido apresentado em IFRS foi menor em nove e o Patrimônio Líquido aumentou em 14 bancos. Pela ótica dosinvestidores (usuários externos da informação) o impacto foi mensurado por meio de variações de valor de mercado e de um estudo de evento. Os resultados do estudo de evento evidenciaram a existência de retornos anormais acumulados (CAR) entre -16,9% e +12,5%, sugerindo que a adoção de IFRS foi Value Relevant. O relacionamento entre as variáveis foi obtido por meio de uma matriz de correlações de Spearman e indica que o mercado reagiu em sentido inverso ao risco, com correlação de -0,89. A reação do mercado foi mensurada pelo CAR e o risco pelos betas. Esta correlação fornece indícios de que o mercado reagiu mais negativamente a instituições de maior risco. Logo, pode-se supor que o novo padrão contábil apresentou informações que podem ter aumentado a percepção dos investidores ao risco.