A construção do território. Abstração e natureza nas obras de Luis Barragán, Álvaro Siza e Tadao Ando

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2016
Autor(a) principal: Rosenberg, Juan Pablo
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/16/16138/tde-16022017-105934/
Resumo: Este estudo propõe uma leitura sobre a poética arquitetônica nas obras de Luis Barragán, Alvaro Siza e Tadao Ando, a partir do elo que estabelecem no binômio construção-natureza.Tomando de suas produções projetos emblemáticos dessa relação, encontramos \"lugares arquitetônicos puros\" (HUET, 1979) que restituem o caráter ontológico da disciplina ao evocarem, nessa fronteira última da arquitetura, questões primordiais da existência humana. No diálogo que propõem entre localidade e síntese moderna, essas \"construções do lugar\" nos revelam, mais do que posturas críticas, inquietudes - ou obsessões - de seus criadores, as quais se concretizam na experiência fenomenológica das obras, por meio da \"desmaterialização\" da própria arquitetura.Barragán, em Los Clubes (1964-1968) - Cuadra San Cristóbal e a Fuente de los Amantes -, impõe agudos contrastes à paisagem para então dissolvê-los, numa \"realidade fantástica\" que consuma a improvável comunhão entre fé católica e desejo erótico; na Piscina de Leça da Palmeira Siza narra o retorno do Homem à Natureza, num \"discurso da técnica\" que desfaz, no caminho entre a cidade e a praia, o muro de concreto em areia e pedra; no Templo da Água, Tadao Ando estabelece um percurso do profano ao sagrado - da razão ocidental à espiritualidade oriental -, pela transmutação simbólica da forma geométrica, regida por vazios radicalmente disponíveis (Ma).Cada capítulo circunscreve individualmente um arquiteto e sua obra por meio de três aproximações sequenciais: inicia com as impressões da visita à obra; passa a pela genealogia da imaginação e formação da linguagem; e fecha o ciclo retornando ao projeto, analisado a partir dos desenhos e dos dados coletados ao longo da pesquisa. Pretendemos, assim, criar uma ponte entre o desígnio projetivo e a expressão obra, para identificar, nesse trajeto, os recursos poético-arquitetônicos utilizados. Na conclusão, são gerados cruzamentos horizontais entre as diferentes manifestações desses recursos nas obras - percurso, muro, água, luz etc. - como tentativa de contribuir para o léxico poético da disciplina.