Diagnóstico e resposta terapêutica de colite crônica em buldogues franceses

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2024
Autor(a) principal: Pereira, Ana Rita Carvalho
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Dog
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/10/10136/tde-12062024-105753/
Resumo: A colite granulomatosa (CG), causada pela Escherichia coli enteroinvasiva (ECEI), é importante causa de diarreia crônica em cães, e buldogues franceses (BF) estão entre as raças mais predispostas. Outras causas de diarreias crônicas são comuns na raça, mas não há estudos comparando-as. Para CG, recentemente a técnica de imuno- histoquímica (IHQ) para ECEI, em biópsias de cólon mostrou-se eficaz como diagnóstico definitivo. O objetivo deste estudo é comparar os aspectos clínicos e histopatológicos dos BF com diarreia crônica. Foram selecionados os prontuários e os blocos de parafina de biópsias de cães BF, atendidos com diarreia crônica, em um serviço de gastroenterologia veterinária da cidade de São Paulo, no período de 2014 a 2022. Foram elaboradas novas lâminas para análise histológica, com coloração Hematoxilina e eosina (HE), ácido periódico de Schiff (PAS) e IHQ para E. coli, no Laboratório de Gastroenterologia da Veterinary Medicine & Biomedical Sciences (Texas A&M University; Estados Unidos), e posteriormente avaliadas por uma patologista veterinária diplomada pelo American College of Veterinary Pathologist. BF foram classificados entre CG e não colite granulomatosa (CNG), sendo estas subdivididas em linfoplasmocítica (LP), neutrofílica e/ou eosinofílicas (NE) ou sem infiltrado inflamatório (NI). Os dados e características do quadro clínico foram elencados dos prontuários e comparados entre as classificações diagnósticas por meio de testes estatísticos. Dos 38 animais selecionados, quatro foram excluídos por má qualidade das biópsias. Foram considerados 34 cães para avaliações histopatológicas e 29 para avaliações clínicas, pois de cinco não houve acesso ao prontuário. A CG foi diagnosticada em 38,2% (13/34) dos cães, 61,8% (21/34) foram considerados CNG: 32,4% NE, 17,6% NI e 11,8% LP. Na comparação entre CG e CNG, não houve diferença entre idade média (1,3 vs. 2,8 anos, respectivamente; p=0,20) e distribuição sexual (76,9% machos x 76,2%, p>0,99). Todos os animais receberam medicação prévia à biópsia, sendo mais frequente antibioticoterapia [79,3% (23/29)] e corticoterapia [48,0% (14/29)]. BF com CG apresentaram 20 vezes mais chance de apresentar diarreia diária que os CNG (Odds ratio 20,0; p<0,005). Outras manifestações como muco e sangue nas defecações [96,5% (28/29)], prolapso de reto [7,0% (2/29)], dor e disquezia [79,0% (23/29)], perda de peso [24,14% (7/29)], aumento da frequência de defecação [86,0% (25/29)], urgência para defecar [76,0% (22/29)] e êmese [55,0% (16/29)]. Conclui-se que o Não é possível diferenciar CG de CNG somente por variáveis clínicas, mas diarreias de intestino grosso diárias podem ser sugestivas de CG em BF.