Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2014 |
Autor(a) principal: |
Carmo, Alexandre Medeiros do |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
|
Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
|
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
|
Departamento: |
Não Informado pela instituição
|
País: |
Não Informado pela instituição
|
Palavras-chave em Português: |
|
Link de acesso: |
http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5168/tde-07052014-104418/
|
Resumo: |
Introdução: Citomegalovírus (CMV) é um DNA vírus de alta prevalência, e tem uma capacidade peculiar de infectar e permanecer integrado ao DNA das células do hospedeiro, mantendo-se na forma de infecção latente. O vírus também pode ocasionar doença, o que normalmente ocorre em pacientes imunocomprometidos, promovendo o aumento da morbidade e mortalidade nestes pacientes. As doenças inflamatórias intestinais (DII), doença de Crohn (DC) e retocolite ulcerativa (RCU), são enfermidades crônicas que afetam o trato gastrointestinal. A fisiopatologia e o tratamento destas doenças, muitas vezes, pode induzir um estado de imunossupressão. Isso incitou a ideia de que os pacientes com DII são mais susceptíveis à infecção e doença por CMV. Ainda há dúvidas e controvérsias sobre a relação entre a doença inflamatória intestinal e o CMV. Objetivos: Avaliar a frequência de infecção por CMV em pacientes com doença inflamatória intestinal, e se existe associação entre replicação viral do CMV com a atividade da DII, mediante índices clínicos e laboratoriais. Metodologia: Pacientes com DII previamente diagnosticada foram submetidos à entrevista, revisão de registros e coleta de amostras de sangue e fezes. Foram realizados os seguintes exames: pesquisa de citomegalovírus por IgG e IgM no sangue, pela técnica de reação em cadeia por polimerase (PCR) em tempo real no sangue e pela técnica de PCR qualitativa nas fezes. Estes resultados foram correlacionados com os valores de hemoglobina, proteína C-reativa, velocidade de hemossedimentação, calprotectina fecal e índices clínicos. Resultados: Quatrocentos pacientes foram elegíveis, sendo 249 com DC e 151 com RCU. No grupo de pacientes com DC, 67 apresentavam doença moderada ou grave pelo índice clínico, porém 126 se mostravam com doença ativa mediante a avaliação da calprotectina fecal. No grupo de pacientes com RCU, 21 exibiam doença moderada pelo índice clínico, mas 76 se encontravam com doença ativa, mediante a avaliação da calprotectina fecal. Drogas imunossupressoras foram amplamente utilizadas pelos pacientes, 143 pacientes com DC faziam uso de azatioprina e, destes, 48 usavam terapia combinada (anti TNF-alfa + azatioprina). Na RCU, a azatioprina foi usada por 41 pacientes e, destes, sete faziam uso de terapia combinada. Avaliando os dois grupos, 90,9% dos pacientes apresentaram anticorpos IgM contra o CMV no sangue e dez pacientes também exibiram IgG. A detecção do DNA CMV PCR em tempo real no sangue apresentou valores abaixo do limite inferior (150 cópias/mL) em todos os 400 pacientes. Enquanto isso, o DNA CMV PCR qualitativo, realizado na amostra fecal, indicou nove pacientes expressando valores positivos. Com efeito, nos 400 pacientes, identificaram-se 332 infectados sem replicação viral, 19 pacientes com replicação viral e 24 não infectados. Os pacientes com DII em uso de terapia combinada apresentaram uma chance maior de replicação viral 3,63 vezes em comparação aos pacientes que não fizeram uso deste tratamento. Conclusão: A infecção latente pelo CMV foi bastante prevalente, mas a infecção ativa foi rara. A utilização de terapia combinada, entretanto, em doentes com DII, tem associação com a replicação viral do CMV, mas sem indicar relação com a atividade inflamatória da DII |