Geografia, escola e política educacional: um estudo do Programa Ensino Integral (PEI) (2011 2019) na cidade de São Paulo

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Oliveira, João Victor Pavesi de
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8136/tde-25022021-120246/
Resumo: Esta pesquisa analisa geograficamente o Programa Ensino Integral (PEI), com recorte na cidade de São Paulo, entre 2011 e 2019, buscando compreender como as questões da qualidade educacional se encontram implicadas com a condição espacial. A fim de investigar as conexões existentes entre educação e espaço, revisitaram-se trabalhos da Sociologia da Educação e da Geografia, especificamente na sua perspectiva crítica, identificando as formas que foi abordada a contextualização do fenômeno educacional. Fundamentando-se no campo da Geografia da Educação e reconhecendo a política pública do Programa Ensino Integral como uma expressão da Nova Gestão Pública (NGP), o trabalho se debruçou em dados estatístico-educacionais e elaboração de mapas temáticos que correlacionaram a localização das escolas com temas urbanos e sociodemográficos. As análises dos dados indicaram que após o ingresso das escolas ao Programa houve uma diminuição na complexidade de gestão, dando à escola condições internas privilegiadas; além disso, os mapas revelaram que a maior parte das unidades PEIs estão situadas em áreas valorizadas e com menores índices de vulnerabilidade social. As poucas que se situam em bairros periféricos construíram condições para que as disparidades socioespaciais do entorno não alcançassem o ambiente das salas de aula. Assim, pode-se concluir que houve uma somatória de esforços, por parte do poder público, em produzir um modelo escolar sui generis diante do restante da rede estadual, levando à produção de desigualdades no interior da própria rede de ensino, \"expulsando\" estudantes mais vulneráveis e atraindo outros mais privilegiados (processo que nomeamos como gentrificação escolar). Nesse sentido, a interpretação da política educacional considerando a sua dimensão espacial, notabilizou como as escolas PEI têm aprofundado as desigualdades educacionais e espaciais, inviabilizando a realização do direito à educação.