O Império das Palavras: um estudo da parole teatral em Valère Novarina

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Oliveira, Lígia Souza de
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/27/27156/tde-03102018-153710/
Resumo: A presente tese pretende discutir a construção da palavra na obra dramatúrgica do franco-suíço Valère Novarina. Considerado um dos maiores dramaturgos em atividade na França, ele também é encenador, pintor e desenhista. Sua obra, dividida em proposições teóricas, puramente teatrais e o teatro utópico, é construída a partir do preceito de que a palavra deve romper com a comunicação cotidiana e se ligar a sua corporificação no ator. Para dar conta dessas perspectivas, dois aspectos são analisados neste estudo: a ideia de jogos de linguagem cunhada por Ludwig Wittgenstein, aqui utilizada para desenvolver a ênfase novarinesca na palavra desarticulada; e a ideia de vocalidade desenvolvida por Paul Zumthor, que remete às noções corpóreas e fisiológicas construídas na obra de Valère Novarina. Esse estudo teórico é finalizado com uma análise acerca da teoria dos atos de fala de John Austin e sua intersecção com a obra do dramaturgo. Para tanto, analisou-se a produção textual recente de Novarina. Com a prática de republicar textos após a sua encenação, Novarina exalta as transformações realizadas pela cena. Com isso, esta tese se dedicou à análise de três textos do dramaturgo, dos quais dois já estão publicados. Primeiramente foi realizada uma comparação entre os textos Le Vivier des Noms e Entrée Perpértuelle, - este último, versão cênica do livro que foi publicado em 2015. Esse capítulo foi a base para a análise das transformações encontradas no texto escrito, que reverberam as realizações cênicas. Num segundo momento, analisou-se o texto L\'homme hors de lui, ainda não publicado. O texto analisado é uma espécie de arquivo das transformações textuais decorrentes do processo criativo cênico, o qual pode-se acompanhar em 2017, e que deu suporte para indicar como as modificações textuais advém da encenação. Por fim, o estudo finaliza com a apresentação do trecho Les quatre états du Texte, presente no livro Lumières du Corps para traçar paralelos entre o processo criativo de Novarina e o texto que tem base na construção da linguagem no espaço. Seguem-se algumas proposições que aprofundam e reforçam os diversos processos criativos a que o texto de Novarina é vinculado, dando dimensão da riqueza do trabalho do dramaturgo e principalmente da condição performativa de seus textos, mesmo que no papel.