Variabilidade de LDL-C e HDL-C como preditor de risco cardiovascular em pacientes submetidos à cirurgia de revascularização miocárdica no Instituto Dante Pazzanese de Cardiologia

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Nunes, Marcos Henrique Feital
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/98/98132/tde-11032022-135809/
Resumo: Introdução e objetivo: Estudos têm demonstrado que a maior variabilidade nas medidas de parâmetros cardiovasculares, como perfil lipídico, está associada a maior taxa de eventos adversos. Entretanto, nenhum estudo até o momento avaliou o grupo específico de pacientes submetidos à cirurgia de revascularização miocárdica (CRM). Assim, elaborou-se este estudo com o intuito de avaliar se a maior variabilidade lipídica em pacientes submetidos à CRM está associada com eventos cardiovasculares adversos maiores (MACE), definidos como: infarto agudo do miocárdio (IAM) não fatal, acidente vascular encefálico (AVE) não fatal, nova revascularização e morte. Métodos: Foram incluídos 344 pacientes submetidos à CRM em 2012. Os exames analisados foram: colesterol total, HDL-C LDL-C e triglicerídeos. Os índices de variabilidade foram: desvio padrão (DP), coeficiente de variação e variabilidade independente da média corrigida. Resultados: Durante um período de seguimento médio de 75 meses, 68 pacientes (19,7%) tiveram MACE: 31 (9,0%) morte, 20 (5,8%) IAM não fatal, 11 (3,2%) AVE não fatal e 25 (73%) nova revascularização. A variabilidade de colesterol total, de LDL-C e de triglicerídeos foi significativamente maior no grupo MACE em relação ao grupo não-MACE, e se mostrou um preditor independente para MACE mesmo após ajuste de potenciais fatores confundidores. A cada aumento de um DP do colesterol total e LDL-C elevou-se o risco de MACE em 2% (HR: 1,02 [IC95%: 1,002-1,03]; p = 0,028) e 2% (HR: 1,02 [IC95%: 1,002-1,04]; p = 0,028), respectivamente. Os pacientes que tiveram o DP de triglicerídeos acima da mediana, apresentaram aumento de 78% no risco de MACE (HR: 1,78 [IC95%: 1,07- 2,95] p = 0,026). Conclusão: Em pacientes submetidos à CRM a maior variabilidade lipídica ao longo dos anos está relacionada à piores desfechos cardiovasculares. Este é o primeiro estudo a mostrar tal associação nessa população específica.