A questão do Sagrado ou uma forma de pensar o romance \"A varanda do Frangipani\", de Mia Couto

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2013
Autor(a) principal: Pereira, Regina Margaret
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8156/tde-10052013-122226/
Resumo: O presente trabalho tece uma análise do romance A varanda do frangipani, do escritor moçambicano Mia Couto, a fim de iluminar as reinvenções operadas pelo autor de aspectos do Sagrado ligado às crenças tradicionais de Moçambique. Apropriando-se e subvertendo o padrão do romance policial clássico símbolo da exaltação da racionalidade europeia , o autor reinventa no âmbito literário animais sagrados, rituais de iniciação e de adivinhação, espíritos de falecidos que convivem com viventes, assim como árvores divinizadas e mostra ao leitor uma visão de mundo e uma forma de existência diversas da eurocêntrica. Com isso, há a iluminação de questões culturais e sociais do país de onde fala Mia Couto, onde a tentativa de esmagamento cultural foi operada por anos de dominação e guerras. Para a realização desta pesquisa, embasamo-nos em autores como Mircea Eliade, Carlos Serrano, José Luís Cabaço, Omar Ribeiro Thomaz, entre outros, com o objetivo de obtermos a consistência teórica necessária a cerca do conceito de Sagrado e de questões sócio-culturais relacionadas a Moçambique e a outros países africanos; apoiamo-nos ainda em autores como Tzvetan Todorov e Ernest Mandel para percebermos o padrão estrutural e um pouco da ideologia ligada ao romance policial clássico e, assim, verificarmos a reinvenção dessa forma em solo moçambicano.