Efetividade de áreas protegidas para a conservação da biodiversidade: padrões de ocupação de mamíferos no Parque Nacional do Iguaçu

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2014
Autor(a) principal: Silva, Marina Xavier da
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/41/41134/tde-29092014-111626/
Resumo: Áreas protegidas são consensualmente reconhecidas como a principal estratégia para a conservação da biodiversidade. Avaliar a efetividade destas áreas, especialmente em biomas como a Mata Atlântica onde as áreas protegidas são como ilhas de floresta em paisagens altamente alteradas pelo homem, é de suma importância. O Parque Nacional do Iguaçu (PNI) abriga um dos maiores remanescentes de Mata Atlântica do Brasil, possui alta visitação turística, assenta-se sobre solos férteis, sofrendo muitas pressões advindas das paisagens antropizadas adjacentes, e é considerado um dos parques mais bem geridos no país. Este trabalho buscou avaliar a efetividade desta área protegida através da análise do padrão de ocupação de 17 espécies de mamíferos terrestres de maior porte em relação à proximidade a atrativos turísticos, distância da borda do parque e pressão de caça. Informações sobre ocupação foram obtidas entre 2009 e 2013 através de armadilhas fotográficas distribuídas sistematicamente em 37 sítios amostrais em cerca de 300 km2, um sexto da área do parque. Muitas espécies raras ou localmente extintas em outros remanescentes de Mata Atlântica apresentaram altas taxas de ocupação no PNI, que juntamente com poucas áreas protegidas do sudeste do Brasil representam as únicas áreas do bioma que ainda abrigam uma fauna de grandes mamíferos intacta. No entanto, a distribuição de 11 das 17 espécies analisadas não foi homogênea, tendo sido afetada por pelo menos um dos fatores de ameaça estudados, principalmente a distância da borda do parque e proximidade a atrativos turísticos. O efeito negativo destas ameaças deve ser ainda mais forte em áreas protegidas menores e mais isoladas, que representam a maioria em biomas muito alterados como a Mata Atlântica. Medidas como o restabelecimento e manejo de zonas tampão, a manutenção de atrativos turísticos em áreas restritas, o combate efetivo das atividades ilícitas e a redução de conflitos entre animais silvestres e o homem, são fundamentais para a efetividade de áreas protegidas para conservação da biodiversidade no longo prazo