O comportamento do uso de práticas de contabilidade gerencial sob a ótica institucional

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2015
Autor(a) principal: Russo, Paschoal Tadeu
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/12/12136/tde-22012016-111432/
Resumo: Pesquisas da Bain & Company (2013, 2015) indicam que Práticas de Contabilidade Gerencial (PCG) são usadas largamente pelas organizações; entretanto, de 2004 até hoje as companhias reduziram em 50% a quantidade de práticas usadas simultaneamente, daí ser relevante conhecer o comportamento do uso das PCG. Os objetivos deste estudo foram: conhecer a percepção dos gestores sobre o comportamento do uso da PCG mais utilizada na organização (uso cerimonial e/ou instrumental), em resposta às pressões institucionais a que está submetida; e conhecer os fatores que levam ao uso cerimonial e/ou instrumental da PCG mais usada pela organização, com base nas pressões institucionais e no contexto relacional do processo de institucionalização. Adotando a teoria institucional como teoria de base, que tem uma perspectiva interpretativa, que considera que as práticas sociais não são um fenômeno natural, mas socialmente construídas, e considerando que o processo de institucionalização é recursivo, como resultado da ação humana e de um contexto de forças que não pode ser totalmente controlado ou conhecido pelos atores, tem-se a base para a caracterização do comportamento de uso na dicotomia cerimonial versus instrumental. Foi realizada a pesquisa empírica, por meio de survey, do qual participaram 102 gestores (controllers, gerentes, diretores e superintendentes) de empresas de grande porte não financeiras, que atuam no Brasil. Os dados foram submetidos a análises estatísticas, utilizando equações estruturais (PLS) e técnicas de análise de correspondência (ANACOR e HOMALS). Foram estruturados e testados oito constructos para a pesquisa transversal em Teoria Institucional, e feita ampla revisão desta teoria em suas vertentes NIS (New Institutional Sociology) e OIE (Old Institutional Economics), visando sua integração, como forma de compreender os estágios transitórios de mudança institucional identificados por Bush (1983; 1987), como encapsulamento cerimonial progressivo (dos tipos \"voltado para o passado\" e voltado para o futuro\"), o que gerou uma abordagem metodológica que sustenta a pesquisa empírica. Como contribuição teórica, é proposta uma extensão do framework desenvolvido por Tolbert e Zucker (1999, p. 211), especificamente para o estágio de total institucionalização, que possibilitou identificar cinco diferentes comportamentos de uso para PCG (ou instituições de forma genérica). A pesquisa empírica constatou que 69% dos gestores percebem as PCG sendo usadas com o comportamento instrumental, 26% as percebem sendo usadas com o comportamento misto (cerimonial e instrumental simultaneamente) e 5% as percebem com o comportamento exclusivamente cerimonial. Também é possível afirmar que o comportamento instrumental do uso das PCG está diretamente associado com as pressões miméticas e coercitivas externas à organização, e negativamente associado com o ímpeto para difusão das PCG (interno à organização). Também é possível afirmar que o valor dado ao uso da PCG está diretamente associado ao \"Fundo de Conhecimento\", aquele que sustenta a base de valores organizacionais. Com isso, pode-se concluir, empiricamente, que o Valor é o responsável por conferir significado ao uso das PCG.