A ideologização do consumo consciente: uma análise sobre soberania do consumidor e liberdade de escolha

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2011
Autor(a) principal: Bierwagen, Mônica Yoshizato
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/90/90131/tde-23112011-093814/
Resumo: Nos últimos anos, o chamado consumo consciente - um modo de consumir que leva em consideração as repercussões ambientais e sociais associadas à sua prática tem se difundido na sociedade como uma importante via de participação dos consumidores no enfrentamento da crise ambiental. Substituir produtos convencionais por orgânicos ou certificados, separar o lixo, reduzir o desperdício de água, alimentos e energia elétrica, entre outras, são atitudes que começam a fazer parte do dia-a-dia dos consumidores, não apenas por comunicar às empresas preferências de consumo, mas, sobretudo, por exigir delas adequação a esses novos valores. Nesse cenário, produção mais limpa associada à oferta de produtos e serviços ecologicamente corretos, seria não apenas um diferencial competitivo, mas uma condição necessária para a sobrevivência das empresas no mercado. Apesar da necessidade de se estabelecer uma nova mentalidade de consumo que incorpore os problemas ambientais e sociais, o consumo consciente tem sido reconhecido como uma estratégia limitada, entre outros motivos, porque seria responsável pelo enfrentamento apenas dos efeitos, mas não das causas dos padrões insustentáveis de consumo: ao assumir implicitamente o consumo como troca econômica dentro de um cenário de mercado, não seria capaz de questionar o aspecto crucial da mudança nos padrões de consumo, ou seja, uma ordem sócio-político-econômica que tem no consumismo o elemento básico que define os hábitos e estilos de vida contemporâneos. Em vista disso, o propósito do presente trabalho é estabelecer uma melhor compreensão desse fenômeno, mais precisamente do ponto de vista da sua constituição ideológica. Na medida em que o consumo consciente tem sido a plataforma de ação das políticas ambientais internacionais e se inserido na sociedade por diversos canais, parece oportuno um esforço para entender melhor como este se constrói, aonde leva, a que interesses atende e, principalmente, se, de fato, está a contribuir para a constituição de um novo padrão civilizatório ou, contrariamente, para reafirmar a mesma lógica que, ironicamente, leva a humanidade à atual crise ambiental e social.