A expressão em Leibniz

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2006
Autor(a) principal: Lacerda, Tessa Moura
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8133/tde-30012008-112330/
Resumo: A expressão é uma das noções mais importantes da filosofia de Leibniz. O filósofo a aborda diretamente em alguns textos, porém, mais que um objeto de análise, a noção de expressão organiza e faz convergir reflexões acerca da teologia, da ontologia e da epistemologia leibnizianas. Leibniz não é o primeiro a tratar da expressão, a originalidade de sua abordagem está em uma interpretação matemática da expressão, que permite defini-la como uma analogia de relações entre a expressão e o exprimido. Uma coisa exprime outra, diz Leibniz, quando há uma correspondência regular e recíproca entre as duas, ou entre o que se pode dizer de uma e de outra. Assim, a expressão pressupõe a analogia e a harmonia. Definida a relação expressiva nesses termos é possível, no nível teológico ou metafísico, explicar como Deus se exprime em formas simples, absolutas e infinitas, que se exprimem em sistemas gerais de fenômenos ou mundos possíveis, que estão exprimidos em noções individuais e não existem fora delas. No nível ontológico, diremos que os indivíduos exprimem Deus como causa e o mundo de que fazem parte. Esses indivíduos, por sua vez, se exprimem como fenômenos que são unificados pelo pensamento como corpos. A relação que define os corpos e a relação entre corpos exprimem as relações ideais que as substâncias individuais mantêm entre si, a ordem física exprime a ordem metafísica. No nível epistemológico, diremos que nossas idéias exprimem as idéias de Deus, convimos com Deus nas mesmas relações. Mas para conhecer essas relações é preciso desenvolver a expressão presente em uma idéia. A classificação das idéias em Leibniz pressupõe esse desenvolvimento progressivo que se dá como uma análise gradual: as idéias podem ser obscuras ou claras, estas confusas ou distintas, estas inadequadas ou adequadas, e as idéias adequadas podem ser objeto de um conhecimento cego ou simbólico e de um conhecimento intuitivo, muito raro. A abrangência da noção de expressão permite colocar em relação ordens heterogêneas e mostrar a convergência e a semelhança dos diferentes. Nessa medida, podemos relacionar coisas tão diferentes como caracteres e pensamentos, daí a busca de Leibniz por uma língua ou Característica universal.