Sobrecarga vivenciada por cuidadores de idosos na comunidade

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2010
Autor(a) principal: Gratão, Aline Cristina Martins
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/22/22132/tde-14012011-092744/
Resumo: O envelhecimento populacional é um dos maiores triunfos da humanidade, porém um dos grandes desafios para os gestores de saúde. Associado ao processo do envelhecimento, o declínio da capacidade física e cognitiva pode ocorrer, levando o idoso à perda progressiva da autonomia e independência. Assim, a família é quem, geralmente, assume a responsabilidade do cuidado de forma despreparada, contribuindo para quadros depressivos, de ansiedade e de sobrecarga no cuidador. A falta de conhecimento sobre o idoso, na comunidade de Ribeirão Preto, bem como da sobrecarga da atividade de prestar cuidado no domicílio perfazem a relevância deste estudo. Os objetivos foram identificar e caracterizar idosos na comunidade de Ribeirão Preto, avaliar a função cognitiva e a independência funcional dos idosos e a sua relação com sexo, idade, estado civil e escolaridade e caracterizar os cuidadores familiares bem como descrever a sobrecarga e o desconforto emocional dos mesmos em relação à atividade do cuidar. Este representa um estudo epidemiológico, descritivo e transversal com idosos de 65 anos ou mais de idade e seus respectivos cuidadores, ambos os sexos, residentes na área urbana de Ribeirão Preto, São Paulo. Foram utilizados os seguintes instrumentos: Caracterização do idoso; Miniexame do Estado Mental (MEEM); Medida da Independência Funcional (MIF); Instrumento para Caracterização do Cuidador; Escala de Sobrecarga de Zarit; Self Reporting Questionnaire (SRQ-20). Do total de 574 idosos, que se caracterizaram pela média de 76,6 anos de idade, 67,8% do sexo feminino, 54,7% com baixa escolaridade, 19,7% com deficit cognitivo e 15,7% com algum grau de dependência funcional, 21,6% possuíam cuidadores. Dentre os 124 cuidadores estudados, 85,6% eram do sexo feminino, com média de 56,5 anos de idade, 37,9% com baixa escolaridade, 90,3% eram familiares (filhas e esposas principalmente), 79,8% residiam com o idoso, utilizando, em média, 12,4 horas diárias para o cuidar. Os resultados evidenciaram que os cuidadores apresentam leve a moderada sobrecarga. Após a regressão linear múltipla, a dependência funcional do idoso e as características dos cuidadores como sexo feminino e tempo em horas semanais para o cuidado diário foram os preditores da sobrecarga (p<0,05). Encontrou-se, também, que a sobrecarga é fator de risco para desconforto emocional (p<0,05). Sugerem-se outros estudos na área e intervenções com os cuidadores que residem na comunidade, utilizando instrumentos de avaliação, validados para a população brasileira. As pesquisas realizadas nessa área enfocam, na maioria das vezes, o cuidador de idoso com demência, o que trará não só resultados para os cuidadores como também para os pacientes, pois sem sobrecarga e desconfortos o cuidador estará renovado para cuidar.