Educação para a democracia no Brasil: fundamentação filosófica a partir de John Dewey e Jürgen Habermas

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2014
Autor(a) principal: Cabral, Guilherme Perez
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/2/2139/tde-25082017-104318/
Resumo: A tese tem como objetivo a reflexão sobre a educação para a democracia no Brasil, fundamentada na filosofia social de John Dewey, um dos principais nomes do pragmatismo norte-americano, e Jürgen Habermas, expressão da segunda geração da Escola de Frankfurt. A Constituição Federal de 1988 institui, em oposição ao passado autoritário brasileiro, um Estado Democrático de Direito que, amparado em vigoroso sistema de direitos humanos, tem a educação como um instrumento fundamental para sua consolidação. Os referenciais teóricos, em diálogo, permitem a leitura enriquecida do projeto constitucional, dentro da tradição da modernidade em que ele se inscreve , criticamente revisitada. Democracia e educação são apreendidas à luz do conceito de discurso e de seu potencial racional cognitivo e prático. A democracia se destaca como experiência racional-comunicativa e moral cognitivista de autodeterminação, em que, no processo discursivo de formação da opinião e da vontade e de solução compartilhada de problemas comuns, prevalece sobre a atuação do sistema político e a orientando a atuação da sociedade civil, na esfera pública. Lugar da realização do projeto moderno emancipatório, traz consigo a ideia da autonomia intersubjetivamente apreendida, no medium da linguagem voltada ao entendimento. A educação para a democracia, assim concebida discursivamente, não se distingue da aprendizagem orientada ao pleno desenvolvimento da pessoa. Compreende uma experiência educativa configurada a partir das seguintes diretrizes: a educação dialógica; o desenvolvimento cognitivo e moral do educando, a partir do exercício do pensamento reflexivo e da reconstrução criativa do inventário cognitivo, em vista da solução de problemas enfrentados no curso da experiência; a pedagogia diretiva, destacado o papel do docente, inversamente proporcional ao crescimento do educando; o diálogo interdisciplinar; e a participação da sociedade civil, que se distingue do Estado, sem ser assimilada pela economia. Entreve-se, desse modo, na socialização dialógica, a formação da individualidade na direção do estágio da consciência moral autônoma (pós-convencional), com competência e disposição comunicativa para a práxis discursiva, que marca a experiência social democrática.