Interações Medicamentosas Prolongadoras do Intervalo QT em Unidade de Terapia Intensiva: Coorte de idosos

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Bezerra, Sandro Ritz Alves
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/7/7139/tde-25022021-101807/
Resumo: Em Unidades de Terapia Intensiva (UTI), a ocorrência de interações medicamentosas representa um dos motivos precipitantes do prolongamento do intervalo QT, o qual pode contribuir para a Síndrome do Intervalo QT Prolongado Adquirida (ALQTS), que pode resultar em desfechos clínicos potencialmente catastróficos como síncope, parada cardíaca e morte súbita. Deste modo, o objetivo deste estudo foi determinar a incidência de interações medicamentosas prolongadoras de intervalo QT (IMP QT) e as variáveis clínicas e terapêuticas preditoras de IMP QT, e identificar associação entre a ocorrência de IMP QT e óbito. Analisaram-se prescrições médicas de pacientes idosos internados em UTI do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo. As IMP QT foram identificadas segundo DRUG-REAX® da base de dados Micromedex. Na análise dos dados utilizaram-se os testes Pearson\'s Chi-squared test, Wilcoxon-Mann-Whitney test e Welch Two Sample t-test e regressão logística, com significância de p 0,05. A incidência de IMP QT foi de 43,9%. Foram identificadas 86 IMP QT cuja maioria (93,0%) foi de gravidade Maior. Os preditores para IMP QT foram potássio sérico 3.5 mEq/L (p=0,044), uso de antipsicóticos (p<0.001), de antidepressivos (p=0,003), de antiarrítmicos (p=0,006), ocorrência de IMP geral de gravidade Maior (p=0,002) e IMP geral de gravidade Contraindicada (p=0,004). A frequência de óbitos entre pacientes expostos a IMP QT foi 38,5% e cujos preditores foram a ocorrência de choque séptico (p<0,001), o uso de diurético de alça (p=0.048), o uso de antibióticos (p=0.049), a ocorrência de IMP QT Contraindicada (p=0.006). No contexto da UTI, os estudos farmacoepidemioilógicos podem trazer informações acerca do risco e do impacto das IMP, contribuindo assim na elaboração de práticas de cuidado que visem o uso seguro de medicamentos em pacientes idosos gravemente enfermos.