Distribuição de riqueza e atividade econômica: uma extensão kaleckiana

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Rawet, Eduardo Lederman
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/12/12138/tde-30102018-161522/
Resumo: No contexto em que a distribuição de riqueza fica cada vez mais concentrada nas mãos dos mais ricos (Piketty (2014)), torna-se essencial incluir a riqueza e a sua distribuição no estudo dos determinantes da atividade econômica. Assim, dentro de um arcabouço Kaleckiano com modelagem stock-flow-consistent, essa dissertação busca entender como o grau de utilização de capacidade das firmas se relaciona com a distribuição de renda e riqueza. Trabalhos na tradição pós-Keynesiana já haviam buscado entender essas relações, primeiro em Kaldor (1955) e Pasinetti (1962), na literatura neo-Keynesiana, e posteriormente em Dutt (1990) e Palley (2012), na literatura Kaleckiana. A principal inovação desta dissertação é incluir a acumulação de riqueza por trabalhadores e capitalistas, eliminando, porém, a possibilidade de trabalhadores acumularem estoque de capital físico. O modelo desenvolvido possui três classes, duas de trabalhadores que dividem a massa de salários, e uma de capitalistas, que recebe os lucros. Uma das classes de trabalhadores é mais qualificada, recebe um salário mais elevado e tem propensão a consumir sobre a renda disponível menor que a unidade. Assim como os capitalistas, que também têm propensão a poupar positiva sobre a renda disponível, a classe dos trabalhadores mais qualificados acumula riqueza na forma de títulos públicos, que rendem juros, e moeda. Além disso, ambas as classes têm propensão a consumir positiva sobre o estoque de riqueza financeira. No modelo, a riqueza impacta a demanda agregada por quatro canais: i) consumo sobre a riqueza; ii) gasto do governo sobre a riqueza tributada; consumo sobre a renda financeira; gasto do governo sobre a renda financeira tributada. No curto prazo valem o paradoxo dos custos e o paradoxo da poupança, e uma maior proporção da riqueza dos trabalhadores mais qualificados na distribuição de riqueza financeira eleva a utilização de capacidade. No longo prazo, os resultados sugerem que uma maior parcela dos trabalhadores na distribuição de riqueza está associada, na maioria dos casos, com uma menor utilização de capacidade. Além disso, o paradoxo dos custos e o paradoxo da poupança também deixam de valer, a despeito do modelo ser liderado pela demanda.