Distribuição, estrutura produtiva e demanda agregada no Brasil: uma análise de inspiração Kaleckiana

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Brenck, Clara Zanon
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/12/12138/tde-22082019-163551/
Resumo: Central no debate sobre o aumento da concentração de renda entre os anos 60 e 70 no Brasil, o papel da estrutura produtiva na determinação da distribuição de salários ficou relegado a segundo plano na literatura econômica das últimas décadas. Ao resgatar tais elementos para a análise da relação entre a redução da desigualdade salarial e as alterações na composição do emprego no Brasil no período recente, contribuímos para a literatura teórica e empírica sobre a relação entre distribuição de renda e demanda agregada. Baseando essa análise no arcabouço neo-kaleckiano, contribuímos para a literatura teórica através da construção de um modelo de economia aberta de dois setores que incorpora o efeito da desigualdade salarial sobre o padrão de consumo das famílias. Os resultados revelam as condições para a emergência de um processo circular de causação cumulativa entre a queda da desigualdade salarial e a transferência de empregos para o setor não comercializável, intensivo em mão-de-obra menos qualificada. O capítulo empírico dessa dissertação testa econometricamente a existência desse mecanismo cumulativo no Brasil, separando-o em dois exercícios: um Vetor de Correção de Erros (VEC) para a relação de longo prazo entre composição do produto e índice de Gini entre 1980 a 2014 e um Vetor Autorregressivo (VAR) para a relação de curto prazo entre as variações na desigualdade salarial e na composição do emprego no período entre 2004 e 2019. Os resultados parecem confirmar a hipótese de que as alterações na estrutura produtiva e na distribuição de renda reforçaram-se mutuamente ao longo do tempo