Terapia assistida por animais - Interação entre cães e crianças autistas

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2014
Autor(a) principal: Muñoz, Patricia de Oliveira Lima
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Dog
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/47/47132/tde-11122014-101527/
Resumo: Existem diversos relatos anedóticos de casos de sucesso em terapia para crianças com autismo onde foi inserido um cão como co-terapeuta. Além destes relatos algumas poucas pesquisas apoiam a eficiência da Terapia Assistida por Animais (TAA) para melhorar habilidades sociais de pessoas com autismo. No entanto quais aspectos do comportamento do cão são responsáveis por este resultado, permanecem obscuros. A presente pesquisa é parte de um estudo que visou testar os benefícios da introdução de um cão na terapia com crianças autistas. Foram observadas as interações entre crianças com autismo severo (4 meninos e 2 meninas de 8-14 anos) e cães, durante a TAA estruturada com procedimento de operante-livres, com interesse na iniciativa de início e término de contato. Realizamos 20 sessões em blocos com e sem cão. Todas as sessões foram filmadas. Foram analisadas as filmagens da primeira e da última sessão com cão (sessão 7 e sessão 20) avaliando: a frequência de aproximação, o tempo perto (ao alcance do braço), o tempo longe, o contato físico, sorrisos e vocalizações. Usamos um índice desenvolvido pelo etólogo Robert Hinde: % Aproximação devida à Criança (ApC) - % de Afastamento devida à Criança (AfC). Os cães permaneceram perto das crianças durante a maior parte do tempo (81% na primeira sessão e 99% na última). Houve mudança de tolerância por parte das crianças que não se tornaram aproximadoras, mas menos afastadoras (%ApC - %AfC: -12% na primeira sessão para -1% na última). Observações qualitativas mostraram diminuição no contato negativo com o cão e aumento no engajamento nas atividades propostas. Os cães, merecedores do título Canis empathicus, pareciam perceber pistas sobre como se comportar numa sessão, permanecendo à disposição da criança mesmo quando estas não respondiam e nem os incentivavam. A mudança de comportamento das crianças pode ter ocorrido devido a emoções positivas suscitadas pelo cachorro. Especialmente notável foi a mudança no comportamento de L.S., que nas primeiras sessões ficava de costas para a terapeuta, num canto da sala, e ao final brincava com o cão e interagia com a terapeuta. Nossos resultados podem ser uma pista para o sucesso da inserção de um cão em Terapia Assistida por Animais, para indivíduos com transtorno autista: abriu-se uma janela de oportunidades de aprendizagem