Impacto de uma intervenção comunicativa na capacidade funcional de idosos hospitalizados

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2008
Autor(a) principal: Segovia Díaz de Leon, Martha Graciela
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/22/22132/tde-12032008-102106/
Resumo: INTRODUÇÃO: O envelhecimento populacional é uma problemática para o setor saúde, que pelas suas características são mais freqüentes os processos de hospitalização, que conseqüentemente favorecem a presença de incapacidades funcionais temporais ou permanentes nos idosos, fato que não é priorizado em pacientes hospitalizados e que requer estratégias de solução visando a melhora da qualidade de vida. OBJETIVO: estudar o impacto de uma intervenção comunicativa fundamentada na concepção de Paulo Freire na capacidade funcional dos idosos, por meio de atividades básicas da vida diária (ABVD). METODOLOGIA: estudo quase-experimental em 184 pacientes, divididos em grupo controle (n=92), experimental (n=92), no hospital HGDIMP, San Luis de Potosí, México. Prévia aprovação do comitê de ética, foi aplicado o índice de Barthel por meio de entrevista para as ABVD: duas semanas antes da hospitalização, na admissão, após 48 horas da hospitalização, na alta e duas semanas depois da alta hospitalar. O instrumento \"índice de Bartel \" foi submetido a uma adaptação cultural e a uma prova piloto em 96 idosos. Foi aplicado o questionário de Pfiffer (SPMSG), validado ao espanhol, para identificar o estado cognitivo e um questionário para dados gerais e antecedentes de saúde. A intervenção comunicativa iniciou 48 horas após hospitalização e terminou duas semanas depois da alta hospitalar. Aplicaram-se estatísticas descritivas, análise multivariada de perfis, testes t de student e exato de Fisher; para tanto, foi utilizado o programa SPSS versão 13.0. RESULTADOS: A idade média dos participantes foi 70 ± 7,7 anos, 60% casados, 41,9% com ensino fundamental completo e 40,2% analfabetos.As principais causas de hospitalização foram por doenças cardiovasculares (40,2%) As co-morbidades mais freqüentes foram hipertensão arterial (49,5%) e Diabetes Mellitus (33,2%) . Antes da hospitalização 37,0% consumiam um medicamento, 25,5% consumiam dois, sendo os mais utilizados os antihipertensivos (39,1%) e hipoglicemiantes (30,4%). O nível de saúde percebido foi 50,5% para \"regular\" e 38,6% para \"bom\". Antes da hospitalização as ABVD mais afetadas foram subir e descer escadas (18,5%), tomar banho (17,4%) e todas as ABVD, de ambos os grupos apresentaram p>0,050, não apresentando diferenças significantes. Na admissão ao hospital observou-se aumento da dependência em todas as ABVD, principalmente tomar banho, vestir-se e caminhar; porém analisando as ABVD, entre os grupos controle e experimental, encontrou-se p=0,015 para caminhar e para transferência da cama para a cadeira p=0.030. Encontrou-se diferença significante entre os grupos. Após 48 de hospitalização houve recuperação das ABVD no grupo controle (media 50,1) e no grupo experimental 40,2 p=0,003; portanto, houve significância estatística. Após finalizar a intervenção, a média do grupo experimental aumentou para 90,0 e o grupo controle apresentou 67,0, p=0,001, observando-se diferenças significantes. Ao comparar os perfis médios encontrou-se p<0.001, razão pela qual conclui-se que não houve paralelismo. A média das ABVD foi maior no grupo experimental em relação ao controle. CONCLUSÕES: o presente estudo mostrou a efetividade de uma intervenção comunicativa, na melhoria da capacidade funcional em pacientes idosos hospitalizados, além de identificar fatores de risco que podem ser controlados. Considera-se que a proposta contribui na recuperação e obtenção da melhora do grau de independência dos idosos por médio de sua participação ativa.