Estado nutricional de crianças: conhecimentos e práticas de educadoras de uma creche

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2005
Autor(a) principal: Palombo, Claudia Nery Teixeira
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/7/7137/tde-08112005-105750/
Resumo: O objetivo do trabalho foi caracterizar as condições de saúde e nutrição das crianças e identificar e analisar os conhecimentos e práticas das educadoras de uma creche quanto à desnutrição e anemia. O estado nutricional foi caracterizado utilizando-se dados antropométricos e de palidez palmar, além de resultados recentes de exames de sangue. Os dados sobre os conhecimentos e práticas das educadoras foram obtidos através de entrevistas gravadas e traanscritas na íntegra, submetidas a análise de conteúdo.Participaram do estudo 149 crianças de 0 a 5 anos; 86,4% freqüentavam a creche por mais de 6 meses; 2/3 pertenciam a famílias com renda per capita <0,5 salário mínimo e 84,9% estavam cadastradas em alguma unidade de saúde da família do bairro. Mais da metade das crianças haviam apresentado problema de saúde nos últimos 15 dias. A desnutrição foi pouco freqüente: 2,7% das crianças apresentaram déficit de peso/idade, 2,0% déficit de altura/idade e 0,7% déficit de peso/altura, porém a anemia foi encontrada em 43,3% das crianças. Foram entrevistadas 15 educadoras com idade média de 28 anos, todas com o segundo grau de escolaridade completo. A maioria não tinha experiência anterior de trabalho em creche e não havia recebido nenhum treinamento específico. Para a maioria das educadoras, desnutrição era representada por crianças pequenas, com atraso no desenvolvimento e sempre doentes; causada por má alimentação e falta de acompanhamento de saúde; tendo como principal conseqüência o retardo no desenvolvimento. A anemia foi definida como “sangue fraco", crianças pálidas e hipoativas; causada por má alimentação; tendo como conseqüência a leucemia. Estimular a alimentação e a participação nas atividades foram as práticas relatadas para minimizar as conseqüências desses agravos. Na concepção das educadoras, informação, alimentação e acompanhamento de saúde são medidas fundamentais para o controle da desnutrição e da anemia. Evidenciou-se que os conhecimentos e as práticas foram adquiridos no dia a dia, pela vivência de cuidar de crianças na creche e em casa. Embora fossem capazes de identificar algumas crianças com problemas nutricionais e procurassem contribuir para a promoção da saúde, atribuíam aos profissionais e serviços de saúde a responsabilidade por tais ações, não sendo capazes de relacionar com as condições e práticas do cuidado cotidiano na creche, de sua competência. O estudo aponta a necessidade de se incluir conhecimentos sobre processo saúde-doença, especialmente anemia e práticas de cuidados com as crianças, tanto na formação inicial quanto continuada dos educadores infantis. Ao mesmo tempo indica a importância da parceria entre unidades locais de saúde e creches para a promoção da saúde da criança.