Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
1993 |
Autor(a) principal: |
Melo, Sônia Lopes Rezende de |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/18/18139/tde-22102024-123958/
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Resumo: |
O sedimento há muito vem sendo considerado como depósito efetivo de contaminantes no ambiente aquático, muito embora só recentemente tenha sido levado em conta que a interação existente entre os dois meios (água/sedimento) o torna uma fonte potencial e crônica de poluentes. Dentre as diferentes formas de se avaliar o estado de contaminação dos sedimentos, organismos bentônicos, como os testes de toxicidade utilizando algumas espécies de anfipodos escavadores e tubícolas, vêm sendo desenvolvidos e aplicados com sucesso. Assim, este estudo objetivou adequar metodologia já existente para outras espécies, para um anfípodo escavador abundante no litoral norte do estado de São Paulo, Tiburonella viscana (Amphipoda: Platyischnopidae). Inicialmente, foi avaliada a sensibilidade da espécie a diferentes substâncias tóxicas, comumente utilizadas como substâncias de referência em testes de toxicidade aguda com outros organismos da nossa costa. A espécie foi exposta ao zinco, ao cromo e ao dodecil sulfato de sódio, apenas em solução aquosa, e mostrouse sensível a níveis encontrados para outras espécies de crustáceos. Testes de toxicidade aguda utilizando sedimentos coletados na região do canal de São Sebastião, foram conduzidos para avaliar a sensibilidade da espécie à contaminação e a características físicas destes. O canal de São Sebastião é uma área que vem sofrendo ação antropogênica constante, advinda da exploração turística e das atividades decorrentes do transporte de petróleo e seus derivados. No primeiro experimento, realizado logo após a coleta, T. viscana apresentou alta sobrevivência em todos os sedimentos não contaminados testados, sedimentos estes com teores orgânicos e características granulométricas diversos, mostrando-se portanto tolerante a variações no tamanho de grão e no conteúdo de carbono orgânico de sedimentos. No segundo experimento realizado, 38 dias após a coleta dos sedimentos, T. viscana apresentou redução na sobrevivência, significante em relação ao sedimento controle, em todas as demais amostras, independentemente de características físicas e níveis de contaminação. Quando exposta sob diferentes condições de aclimatação, temperatura e período de exposição, T. viscana apresentou queda na sobrevivência em dois sedimentos coletados imediatamente antes do teste, um reconhecidamente contaminado por derivados de petróleo e outro coletado próximo à saída do emissário submarino da SABESP, apenas no teste com 10 dias de duração e a 25°C. Nos outros dois experimentos, à mesma 25°C e 7 dias de exposição, ou a 20°C e 10 dias de exposição, o único efeito observado foi um aumento na porcentagem de emergência da espécie, em relação à observada no sedimento controle. Em testes para avaliação dos efeitos da variação granulométrica e do teor de matéria orgânica com sedimentos preparados em laboratório para esse fim, T. viscana mostrou sobrevivência significantemente menor do que no controle em todos os tratamentos. Na avaliação da sensibilidade da espécie a diferentes temperaturas e salinidades, T. viscana mostrou-se tolerante a todas as temperaturas testadas · - na faixa das encontradas na região (20 a 28°C) - e à reduções na salinidade de até 20°/oo. A partir dos resultados obtidos, sensibilidade de T. viscana a contaminantes pode-se comprovar a contidos nos sedimentos e sua tolerância a alguns fatores abióticos, sendo uma espécie adequada para testes de toxicidade. A importância de se realizar testes de toxicidade com sedimentos coletados recentemente também foi demonstrada. |