Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2019 |
Autor(a) principal: |
Melo, Jailton Bezerra |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
|
Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
|
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
|
Departamento: |
Não Informado pela instituição
|
País: |
Não Informado pela instituição
|
Palavras-chave em Português: |
|
Link de acesso: |
http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/47/47131/tde-26112019-111052/
|
Resumo: |
A presente pesquisa parte de inquietações situadas na clínica psicológica em torno de suas confabulações acerca do corpo humano e da saúde. Tendo o retrato do corpo marcado pelo encerramento na materialidade física, encontra-se, nas experiências de travestis, mulheres transexuais e homens trans, outras possibilidades de compreensão para este corpo. Nesse sentido, orienta-se pela questão: Como tem sido a experiência de travestis, mulheres transexuais e homens trans, no que diz respeito às suas corporalidades, e quais experiências de cuidado essa população requer? O trabalho tem, portanto, como objetivo, compreender como seria possível pensar uma ação clínica e política a partir do encontro com histórias narrativas de mulheres transexuais, homens trans e travestis. Para isso, parte das experiências de três pessoas trans/travestis acerca de suas corporalidades, testemunhadas por meio do recurso da historiobiografia. Compreende, a partir de uma leitura fenomenológica existencial, que através do encontro com o corpo, outras possibilidades surgem, no que concerne às experiências de identidades de gênero, sexualidade e orientações sexuais. Propõe-se a refletir que é no corpo que acontece o processo de politização da existência, na medida em que é a partir dele que se iniciam e se encerram processos e fenômenos concretos e psicológicos, demarcando o lugar da diversidade e multiplicidade do corpo trans/travesti. O encaminhamento de tais questões revela os caminhos da exclusão, ou melhor, da inclusão precária, anunciando e denunciando práticas violentas nos âmbitos da saúde e da educação. A (in)visibilidade desses corpos (des)aparece nas instituições, em especial, nas de saúde, que passam a entendê-los por meio de uma adequação física via recursos tecnológicos (tais como o uso de hormônios e cirurgias redesignadoras). Com isso, a tese discute a transição social de corpos trans/travesti como marcada pela comunicabilidade de potência transformadora, esquivando-se de uma tutela médico-científica. Dessa forma, questiona o lugar da psicologia frente às existências dissidentes, aproximando-se a uma construção de uma ação clínica que se faz junto à política. Tal provocação incita interrogações no campo da clínica psicológica, refutando a \"produção\" de um sujeito psicológico ou um sujeito da psicologia. Nesse sentido, percebe-se que quanto mais a psicologia orienta-se pela aproximação com a medicina, mais perde sua função política dirigida ao cuidado humano. Assim, considera que o grito das corporalidades trans e travestis sinaliza que o modelo de psicologia, enquanto ciência, é falho para suas conjunturas e compreensões sobre as experiências de corpos diversos, revelando o desarranjo entre o poder e a violência em suas práticas |