Prevalência de HPV em tonsila de indivíduos sem câncer

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Silva, Jéssica Boscariol da
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5134/tde-29012021-123014/
Resumo: O Papiloma vírus Humano (HPV) é responsável pela infecção sexualmente transmissível mais comum no mundo. Clinicamente, os HPVs são divididos em dois grupos; os HPVs de baixo risco, que são associados às verrugas genitais e lesões benignas e os HPVs de alto risco, principalmente os tipos 16 e 18, que se integram ao DNA do hospedeiro e promovem a transcrição de seus oncogenes E6 e E7, associados ao desenvolvimento do câncer. O vírus é responsável por cerca de 99,7% dos tumores de colo do útero e tem sido associado também a tumores na região de cabeça e pescoço. O tipo histológico mais frequente nesta localidade é o carcinoma epidermoide de cabeça e pescoço (CECP). Os principais fatores de risco para sua ocorrência são o tabagismo e o etilismo, contudo, 10 a 20% dos pacientes que desenvolvem CECP não tem histórico de utilização destas substâncias. A partir desta evidência, novos fatores de risco, como comportamento sexual, foram descritos para o desenvolvimento do câncer. O HPV é o fator de risco mais recentemente associado ao câncer de orofaringe, em especial o tipo 16. As tonsilas parecem agir como reservatório para o vírus. Há diversas teorias para explicar a maior susceptibilidade da orofaringe à infecção pelo HPV, uma delas seria pelo fato do epitélio ser composto por diversas criptas profundas que possivelmente facilitaria a permanência do vírus. O objetivo deste trabalho é estabelecer a prevalência do HPV em tonsilas de indivíduos sem câncer e comparar os fatores de risco associados à infecção pelo vírus entre pacientes HPV positivos e negativos por meio de questionário epidemiológico. A metodologia para o presente estudo consistiu em selecionar pacientes com idade acima de 18 anos, de ambos os sexos, sem suspeita de neoplasia, submetidos aos processos cirúrgicos de uvulopalatofaringoplastia ou tonsilectomia, do serviço de Otorrinolaringologia do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo e Hospital Paulista. Foi realizada uma entrevista de hábitos de vida, cujo questionário inclui questões sobre o uso de tabaco, álcool e hábitos sexuais. As tonsilas retiradas durante a cirurgia passaram por um corte, para retirada de uma amostra em duplicata de cada tonsila, direita e esquerda, totalizando 113 pacientes incluídos no estudo e 226 amostras analisadas. As amostras foram submetidas à extração de DNA, PCR convencional e PCR em tempo real específica para o HPV 16. Todas as 226 amostras foram positivas para gene constitutivo da beta-globina que determina a integridade do DNA extraído, entretanto, não foram encontradas amostras positivas para presença de DNA viral tanto PCR convencional como na PCR específica para o tipo 16. Embora algumas relações sobre hábitos sexuais não puderam ser analisadas de forma mais abrangente, toda a metodologia utilizada para detecção viral mostrou boa sensibilidade e o estudo pode servir de base para pesquisas futuras no entendimento do comportamento viral em tonsilas de indivíduos sem câncer