Função dos astrócitos e ectonucleotidases na sinalização purinérgica do núcleo paraventricular do hipotálamo na hipertensão induzida por sal.

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Sá, Renato Willian Martins
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
ATP
Sal
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/42/42137/tde-13012022-222842/
Resumo: No presente estudo investigamos se a hipertensão neurogênica decorrente da sobrecarga de sal (SS) estimula a liberação de ATP no PVN e quais mecanismos seriam responsáveis por este fenômeno. Duas hipóteses foram levantadas: (1) um maior conteúdo de ATP no PVN durante a SS é resultado de uma falha das ectonucleotidases em metabolizar o ATP; e (2) a SS estimularia os astrócitos do PVN a liberar ATP. Para testar nossas hipóteses utilizamos ratos Wistar pesando entre 290-350 g (n = 12) para estudos in vivo de medida de pressão arterial por radiotelemetria e análise de parâmetros da modulação autonômica do sistema cardiovascular e ratos Sprague Dawley com peso entre 290-350 g (n = 41) para os estudos in vitro com utilização de biossensores para detecção de purinas e imunohistoquímica. Ambos grupos foram divididos em um grupo SS que recebeu solução de NaCl 2% em substituição à água da torneira por 4 ou 7 dias e outro grupo controle que recebeu água. A progressão da hipertensão em ratos acordados expostos à SS foi monitorada por radiotelemetria ao longo de sete dias. A expressão do RNAm das ectonucleotidases ecto-nucleotídeo trifosfato difosfoidrolase (E-NTPD) 1, 2 e 3 e ecto-5\'-nucleotidase (E-5-NT) no PVN foi analisada com a técnica RT- qPCR. Utilizando biossensores amperométricos medimos a liberação de ATP e adenosina, bem como a atividade das ectonucleotidases no PVN em fatias hipotalâmicas. A função dos astrócitos do PVN foi avaliada por meio da interferência gênica com o vetor AVV-sGFAP-dnSNARE-EGFP. Os níveis de pressão arterial média (PAM) dos ratos SS aumentaram progressivamente até ao 7º de exposição ao sal [PAM: 97 ± 4 mmHg (dia 0) vs 129 ± 4 mmHg (dia 7) p<0,0001]. A potência da banda LF aumentou progressivamente do dia 0 ao dia 7 em ratos SS [LF: 1,21 ± 0,22 mmHg2 (dia 0) vs 5,01 ± 0,96 mmHg2 (dia 6), p<0,0001]. Apenas o nível de mRNA da E-NTPD3 foi maior no grupo SS do que no controle no dia 7 [0,99 ± 0,5 &Delta;&Delta;Ct (controle) vs. 3,09 ± 0,5&Delta;&Delta;Ct (SS) p = 0,0247]. O grupo de ratos SS apresentou aumento na liberação de ATP (19,16 ± 6,9 &mu;M, p<0,0001) quando comparado ao grupo controle (1,13 ± 0,8 &mu;M), porém não na liberação de adenosina [1,19 ± 0,6 &mu;M (SS) vs 2,15 ± 0,9 &mu;M (controle)]. A atividade das ectonucleotidases foi avaliada in vitro quantificando a produção máxima de adenosina em resposta à aplicação exógena de ATP (50&mu;M). Nenhuma diferença foi detectada comparando as respostas entre os dois grupos. A intensidade da imunofluorescência da proteína glial fibrilar glial (GFAP) foi maior no PVN de ratos SS do que nos controles [6,9 ± 1,3 a.u. (controle) vs 27,2 ± 6,2 a.u. (SS)]. A transfecção unilateral do PVN com vetor dnSNARE diminuiu a liberação de ATP nos ratos SS quando comparado com o lado não transfectado como controle [13,88 ± 0,07 &mu;M (lado não transfectado) vs. 6,64 ± 1,64 &mu;M (lado transfectado). Em conclusão, nossos resultados mostram que a SS dada pelo suprimento de solução hipertônica com NaCl 2% aumenta gradativamente a PA bem como a influência simpática sobre o sistema cardiovascular e estimula a liberação glial exocitótica de ATP no microambiente do PVN.