Os impactos em gestante adolescente vítima de violência obstétrica 

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Fonseca, E. N. R.; Fonseca, Emanuel Nildivan Rodrigues da
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/47/47133/tde-07122023-173929/
Resumo: O presente estudo tem como objetivo investigar junto às mães adolescentes a ocorrência da violência obstétrica e seus respectivos impactos físicos, psicológicos e emocionais na vida dessas mulheres. Engravidar na adolescência pode trazer repercussões de grande impacto na vida dessas jovens e suas famílias, sendo mais comum em famílias de baixo poder econômico e pouca escolaridade. Isso aumenta os riscos à violência obstétrica, muito presente em nossas maternidades, e caracterizada, sobretudo por atingirem mais frequentemente mulheres negras e pardas. Na perspectiva de Winnicott, o desenvolvimento emocional primitivo é fundamental nos aspectos relacionados a hereditariedade e ao ambiente. Trata-se de um estudo prospectivo, exploratório e descritivo, com abordagem qualitativa. O delineamento para a tese busca fazer uma interface com a Teoria do Amadurecimento Humano de Winnicott. A pesquisa foi desenvolvida em maternidades públicas localizadas nas cidades de João Pessoa e Campina Grande, Paraíba. A população foi composta por todas gestantes e puérperas usuárias desses serviços e a amostra foi representada por gestantes e puérperas adolescentes na faixa etária entre 11 e 19 anos. Para a coleta de dados utilizamos o roteiro de entrevista semiestruturado. Este roteiro de entrevista foi elaborado pelo pesquisador, tendo em vista a inexistência de instrumento validado que avalie os impactos da violência obstétrica em adolescentes. A pesquisa foi dividida em duas fases: a Fase I (Estudo I), que ocorreu durante o período da internação na maternidade, onde entrevistamos 20 mulheres. E a Fase II (Estudo II), desenvolvida após quatro meses da primeira, onde obtivemos retorno de 18 mulheres. As entrevistas foram realizadas após aprovação pelo Comitê de Ética em Pesquisa do Hospital Universitário Alcides Carneiro da Universidade Federal de Campina Grande. As entrevistas transcritas foram organizadas com o uso do software IRAMUTEQ. Os dados apontaram que a maioria das entrevistadas se denominam pretas e pardas, em união estável, com renda abaixo de 1 salário-mínimo, baixa escolaridade e residentes no interior do estado. As perguntas foram classificadas em cinco categorias, a fim de agrupá-las e analisá-las de acordo com a análise de conteúdo de Bardin, e correlacionadas com a teoria winnicottiana. Na análise gerou cinco classes, duas classes na primeira fase e três classes na segunda: classe 1 - Impressões sobre o trabalho de parto até a chegada na maternidade; classe 2 - Vivência no trabalho de parto na maternidade e parto; classe 3 A violência durante o trabalho de parto; classe 4 Impressões sobre os sentimentos durante o parto e classe 5 Reflexões sobre as necessidades da parturiente adolescente no momento do parto. O sentimento do medo esteve presente na maioria das falas e classes. Conclui-se como necessário a importância da discussão do tema, violência obstétrica, ser desenvolvido de forma permanente nos serviços de saúde, com a participação do controle social e a implementação de políticas públicas efetivas em todo território nacional.