Avaliação da incidência e evitabilidade de eventos adversos no pronto atendimento

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Rocha, Melyne Serralha
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/22/22132/tde-15122021-105054/
Resumo: A temática da segurança do paciente vem sendo cada vez mais discutida nos sistemas de saúde, com intuito de aperfeiçoar a qualidade da assistência prestada contribuindo para diminuir a possibilidade de ocorrência de danos ou incidentes evitáveis. O pronto atendimento é considerado ambiente de constante lotação e alta pressão que podem comprometer a segurança do paciente e prejudicar a confiança de todo o sistema de atendimento. O estudo teve como objetivo avaliar a incidência e a evitabilidade de eventos adversos em pacientes adultos internados em uma unidade pública de pronto atendimento situada no município de Uberlândia, durante o ano de 2018. Trata-se de um estudo de coorte, com revisão retrospectiva de 296 prontuários por meio do uso de formulários de rastreamento (fase 1) e avaliação (fase 2), preenchidos por profissionais não médicos e médico, respectivamente. Na primeira fase foram avaliados os dados demográficos, condição clínica e os potenciais eventos adversos. Além disso, houve a verificação da qualidade das informações registradas nos prontuários. Na segunda fase, identificou-se e caracterizou-se os eventos adversos previamente rastreados. A incidência de eventos adversos encontrada foi de 4,4% (n=13) com evitabilidade de 100%, sendo 75% caracterizados como leve e 25% moderado quanto ao grau de gravidade. Referente à caracterização dos indivíduos do estudo, apontou-se que a maioria é do sexo masculino (54,4%), de raça branca (37,2%), que não informaram o nível de escolaridade (67,6%) e acima de 60 anos (52,7%). Essas características foram mantidas para os indivíduos que apresentaram eventos adversos. As maiores porcentagens em relação ao tipo de diagnóstico encontrado no indivíduo com evento adverso foram: doenças relacionadas a traumas (23,1%); doenças infecciosas e intestinais (15,4%); doenças hepáticas/pâncreas/vias biliares (15,4%) e doenças do sistema nervoso (15,4%). Quanto aos fatores intrínsecos e extrínsecos, encontrou-se uma média de fatores intrínsecos de 1,17 por paciente, com desvio padrão igual a 1,2, enquanto que o valor médio dos extrínsecos é de 1,5, com desvio padrão igual a 1. Para ambos, o mínimo é de nenhum fator, máximo de 5 e mediana de 1. Dentre aqueles que tiveram eventos adversos, 69,2% apresentaram fatores de risco intrínsecos, enquanto que 100% manifestaram os extrínsecos, bem como, o fator de risco intrínseco que teve mais ocorrências foi o de hipertensão arterial (34,8%), enquanto que o fator de risco extrínseco com maior número de aparições foi o cateter venoso periférico (54,5%). Em relação aos critérios de rastreamento, necessários para identificação do Potencial Evento Adverso, verificou-se no estudo que em 50% não foi localizada nenhuma evidência de Potencial Evento Adverso, ou seja, não houve nenhum critério de rastreamento. Acerca da classificação dos casos com eventos adversos conforme a natureza do problema principal, esses estão relacionados: ao cuidado em geral (81,2%), ao medicamento (6,2%), ao procedimento (6,2%) e ao diagnóstico (6,2%). Em relação a análise dos prontuários, dentre as 14 questões avaliadas, essas apresentaram percentual de documentação adequada entre 97,9% e 100%. Avaliar a incidência de eventos adversos e suas características permite compreender o panorama dos principais problemas em relação a segurança do paciente em uma unidade de pronto atendimento, que por sua vez, permite traçar estratégias de intervenção para o desenvolvimento de novas ações de controle e resposta. Esse é o primeiro passo na busca para incorporar uma cultura de qualidade e segurança do paciente.