A evolução diferenciada da agroindústria canavieira no Brasil de 1975 a 1995

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 1997
Autor(a) principal: Shikida, Pery Francisco Assis
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://teses.usp.br/teses/disponiveis/11/11132/tde-20200111-134404/
Resumo: O objetivo geral deste trabalho é determinar e analisar os principais condicionantes da evolução diferenciada, entre estados e entre firmas, ocorrida na agroindústria canavieira do Brasil de 1975 a 1995. Como objetivos específicos, procura-se obter algumas medidas do grau de modernização da agroindústria canavieira nos estados brasileiros mediante utilização da técnica de análise fatorial; e, realizar uma análise das estratégias tecnológicas adotadas pelas firmas dessa agroindústria. Na execução deste trabalho foram utilizadas as idéias neoshumpeterianas e neocorporatistas. Através da utilização da técnica de análise fatorial, pôde-se captar melhor de que forma deu-se a evolução diferenciada da agroindústria canavieira entre os estados brasileiros. Para obtenção de dados sobre as estratégias tecnológicas das firmas houve aplicação de questionários. Pode-se aferir que a crise do petróleo gerou um “gargalo” no processo produtivo, propiciando um ambiente favorável ao surgimento de alternativas energéticas. A crise da agroindústria canavieira favoreceu a “orquestração” de interesse que levou o País a optar pelo PRÓALCOOL. Com o início do PRÓALCOOL (1975) o produtor esteve novamente sujeito a uma série de arranjos institucionais patrocinados pelo Estado, que lhe garantia um paradigma subvencionista como modelo de sobrevivência. Este contexto foi bom para propiciar um maior desenvolvimento setorial; no entanto, contribuiu para a relativa falta de importância da tecnologia e do progresso técnico no interior da agroindústria canavieira. O subperíodo 1980-1985 evidenciou o aprofundamento do “gargalo”, provocado pela segunda crise do petróleo, propiciando um ambiente favorável para o lançamento do álcool hidratado, enquanto a “orquestração” de interesses procurou corroborar essa alterantiva como a opção energética mais adequada para a substituição de derivados do petróleo. Verificou-se o fortalecimento da posição hegemônica de alguns empresários considerados inovadores na agroindústria canavieira e maior adesão de empresários imitadores. De 1986 a 1995, passou-se de um período de desaceleração do crescimento à crise do PROÁLCOOL. O “gargalo’, oriundo da crise do petróleo, desapareceu. Destarte, desapareceu a justificativa diante da população brasileira para manter o corporatismo em torno do PROÁLCOOL. A crise desse Programa contribuiu para avultar a diferenciação em termos produtivos existente na agroindústria canavieira, onde algumas empresas menos preparadas em termos de capacitação tecnológica encerraram suas atividades ou foram incorporadas pelas mais dinâmicas (que adotaram o paradigma tecnológico). Os resultados derivados da análise fatorial sugeriram a modernização como estreitamente ligada ao produto álcool. O PROÁLCOOL contribuiu não só para destacar performances como a de São Paulo no cenário nacional, como para melhorar o perfil geral da agroindústria canavieira do Brasil. Novas regiões canavieiras, como Mato Grosso do Sul e Paraná, alcançaram um relativo destaque neste setor. No estudo das estratégias tecnológicas adotadas pelas firmas ficou caracterizado que, não só no Norte-Nordeste, mas também no Centro-Sul, coexistem produtores modernos com os atrasados. Constatou-se um relativo avanço tecnológico para várias unidades produtivas de estados cuja concentração técnica e econômica (em torno de suas agroindústrias canavieiras) é menor vis-à-vis a São Paulo. Isto demonstra a assimilação do paradigma tecnológico como modelo de sobrevivência na agroindústria canavieira, em um contexto de pouco subsídio concedido pelo Estado.