As faces da psicopatia: violência e torpor na Assistência a Psicopatas do Estado de São Paulo (1930-1968)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Cardoso, Camilie Cristina Cada
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8138/tde-14102020-191741/
Resumo: Entre 1930 e 1968, o sistema psiquiátrico paulista teve a sua administração centralizada pela Assistência a Psicopatas, a qual era responsável pela gestão dos estabelecimentos psiquiátricos estaduais. Ao longo das quatro décadas de atuação, sua trajetória foi marcada por interesses individuais, movimentos políticos e adventos técnico-científicos, como os que levaram à transição de uma psiquiatria alçada por terapias biológicas e de choque para a que se pautava no uso dos neurolépticos. Para compreender o órgão público em suas múltiplas camadas, este estudo propõe uma abordagem em três níveis, contemplando do macro ao micro. Após enfocar as bases da política asilar, remontando à institucionalização da psiquiatria no Brasil e as fluidas acepções do conceito de psicopatia, partimos para o contexto em que a entidade se inseriu e seu histórico administrativo. No âmbito da micro-história, utilizaremos o recurso narrativo proposto por Jonathan D. Spence em The question of Hu (1988) para resgatar as experiências individuais dos pacientes, registrada nos prontuários do Manicômio Judiciário. A escolha de olhar para as múltiplas faces da psicopatia visa a reconstituir também as facetas da própria entidade. Esse itinerário visa a atestar a tese de que a violência e o torpor do modelo hospitalocêntrico transformaram a Assistência a Psicopatas em uma importante ferramenta de controle do Estado.