Mudança cognitiva em obesos  com comprometimento cognitivo leve submetidos à perda intencional de peso

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2015
Autor(a) principal: Horie, Nidia Celeste
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5135/tde-11052015-114427/
Resumo: Obesidade na idade adulta é um fator de risco para o desenvolvimento de demência. O aumento da prevalência de obesidade, assim como o aumento da expectativa de vida na população tornam mais importante avaliar estratégias de prevenção e tratamento que possam diminuir o risco de declínio cognitivo. Neste estudo, foi avaliado se, em idosos obesos com Comprometimento Cognitivo Leve, a perda de peso induzida por dieta poderia melhorar aspectos da cognição, e se o genótipo para apoliproteína E, perfil metabólico e marcadores inflamatórios também teriam influência. Foi realizado um ensaio clínico prospectivo, randomizado de 1:1, de 12 meses, no Ambulatório de Endocrinologia do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP, entre 2011 e 2013, incluindo pacientes com 60 anos ou mais, com índice de massa corporal maior ou igual a 30 kg/m2, com Comprometimento cognitivo leve. Eles foram randomizados em dois grupos, um com assistência médica convencional (grupo convencional), outro adicionalmente com reuniões de orientação alimentar (26 a 28 sessões em 12 meses), com objetivo de obter maior perda de peso (grupo intensivo). Dos 1605 voluntários foram selecionados 80 pacientes, com idade média de 68,1 ±4,9 anos, escolaridade de 8,8 ±4,6 anos, IMC 35,5±4,4kg/m2; 13 (16,3%) eram do sexo masculino, 67 (83,6%) apresentavam síndrome metabólica; 50 (62,5%) eram fisicamente ativos. Os grupos eram semelhantes quanto às características iniciais. Após 12 meses, houve diminuição média de IMC de 1,7±1,8kg/m2 (4,9% do peso), e 85% da perda de peso foi em gordura corporal; sendo a variação semelhante entre os grupos. Para a maioria dos testes cognitivos aplicados houve melhora, sem diferença estatisticamente significativa entre os grupos. Na análise do grupo todo, a perda de peso induzida por dieta foi associada a melhora em avaliação de memória, função executiva, atenção e queixas subjetivas, tendo sido essa associação mais forte abaixo dos 70 anos e em carreadores do alelo 4 da apoliproteína E. Variação de insulinemia, HOMA-IR, triglicérides, proteína C reativa e leptina estiveram associadas à melhora em alguns testes cognitivos; risco maior de piora foi associado a níveis mais altos de pressão arterial (memória e cognição global) e de hemoglobina glicada (executivo/visuo-espacial) e de IL6 (atenção e velocidade de processamento); adiponectina mais alta diminuiu risco de piora (memória visual/verbal). Houve melhora principalmente em memória verbal, visual e memória de trabalho associadas à dieta, com relação à diminuição de consumo calórico, de carboidratos e gorduras, e sem relação com diminuição de consumo proteico. Houve melhora na avaliação funcional em relação à velocidade de marcha e força de membros inferiores e melhora na qualidade de vida associada à capacidade funcional, mostrando que a intervenção não trouxe prejuízo a essas áreas. A intervenção com restrição calórica em idosos obesos, com objetivo de promover perda de peso, foi benéfica em diversos aspectos da cognição e segura do ponto de vista funcional