Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2022 |
Autor(a) principal: |
Bezerra, Camila Paschoal |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/27/27164/tde-08112022-161852/
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Resumo: |
A presente pesquisa almeja ampliar a compreensão o fenômeno do transtorno da informação e suas ramificações (aqui elucidadas através do fenômeno da desinformação, das fake news , da pós-verdade e do negacionismo científico), a partir de dois objetos de observação, sendo o primeiro, os discursos dos presidentes americanos Barack Obama, Donald Trump e Joe Biden durante o State of the Union de seu primeiro ano de mandato, e o segundo, a partir da cobertura dos discursos realizada por meio de três grandes veículos de comunicação, a saber, o USA Today , o New York Times e o Wall Street Journal , pelo período de uma semana a partir do pronunciamento dos discursos; analisaremos estes dois objetos para identificar características que nos permitam evidenciar sobre sua influência na formação da opinião pública acerca da temática das mudanças climáticas. Para tanto, elucidamos o contexto acerca do fenômeno das mudanças climáticas, percorrendo os últimos 30 anos, observando tanto a evolução do fenômeno como a evolução da discussão e reconhecimento da importância e emergência do tema por meio de conferências e acordos internacionais, ocorridos neste mesmo período. Abordamos, ainda, a conjuntura apresentada por meio de uma complexa rede de criação e fomento de dúvidas acerca do aquecimento global antropogênico, os chamados think tanks ideológicos que, a partir do financiamento de atores privados, criam e disseminam informações que coloquem em xeque a credibilidade da ciência, como forma de tentar ferir sua legitimidade, gerando controvérsias científicas que distanciam e dificultam o acesso à informação científica quanto ao fenômeno das mudanças climáticas pela população, fortalecendo, dessa forma, o negacionismo científico. Essa rede de manufatura de incertezas pode ser amplificada ou freada pela atuação dos veículos de comunicação. Por conta disso, compreender como os veículos aqui selecionados promoveram a cobertura de discursos de presidentes (atores públicos, detentores de poder, tomadores de decisão e formadores da opinião pública que são), segundo o recorte temporal definido, corrobora com a identificação dos problemas associados ao transtorno da informação e do combate às mudanças climáticas. Nesse sentido, ao final, promovemos a) a recomendação de estratégias voltadas para evitar a formação de fenômenos como o do transtorno da informação e suas ramificações, além de sua identificação; b) sugerimos, ainda, a amplificação da investigação e pesquisa acerca dos think tanks ideológicos e suas fontes financiadoras para sua adequada mitigação; c) além da manifestação acerca de medidas que aprimorem o treinamento e atuação de jornalistas e pesquisadores, provendo maior acesso à informação para a população quanto à questão das mudanças climáticas, fortalecendo a democracia, assim como solidificando canais de comunicação entre a ciência e a sociedade, melhor evidenciando medidas de mitigação e adaptação das mudanças climáticas e que poderão, inclusive, salvar vidas. |