Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2018 |
Autor(a) principal: |
Gouveia, Caroline da Cunha Valim |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5170/tde-15012019-100753/
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Resumo: |
Introdução: apesar do crescimento exponencial do interesse na pesquisa do zumbido, dos avanços científicos e do aprimoramento das técnicas terapêuticas observados nas duas últimas décadas, ainda é praticamente um consenso o fato da cura ser um objetivo inatingível. A ausência de estudos relativos à total remissão do zumbido e a escassez de discussões sobre o assunto revelam a descrença dos profissionais, o que funciona como reforço negativo para os pacientes que sofrem e almejam a cura. Objetivo: o presente estudo propõe a busca e a entrevista de indivíduos que já alcançaram a remissão total do zumbido para identificar possíveis características comuns do paciente, do zumbido ou do tipo de tratamento realizado. Método: Foram realizadas as seguintes estratégias de busca de participantes: 1) análise de banco de dados; 2) busca pelos parentes de pacientes que mencionam a cura; 3) divulgação da pesquisa em aulas ministradas a profissionais; 4) divulgação na internet. Foram incluídos os seguintes indivíduos: a) de qualquer sexo, idade, escolaridade ou nível socio-econômico; b) que tenham apresentado zumbido diariamente por pelo menos três meses em qualquer época da vida; c) que tenham apresentado remissão total do zumbido por pelo menos 6 meses; d) em casos de reaparecimento do zumbido, este deveria durar no máximo dois dias e ser desencadeado ou associado a algum evento claro. Foram excluídos os indivíduos que não responderam aos nossos contatos após três tentativas e aqueles que se encontravam em grau de habituação ou mascaramento do zumbido, mas que ainda o percebiam Resultados: a amostra final foi de 63 participantes. A idade variou de 14 a 89 anos (Média=52,69; Dp=16,33) e com predomínio do gênero feminino (68,25%). As características mais comuns do zumbido antes da remissão total foram: a) localização bilateral (52,31%); b) percepção diária de sons do tipo tom puro (57,14%); c) média de incômodo na escala visual analógica (0 a 10) de 7,57 e Dp 2,43, sendo 61,9% dos casos com incômodo alto (8 a 10) e apenas 22,22% sem limitação das atividades diárias; d) duração média de 49,07 meses (variância de 5.91), sendo 55,56% de casos crônicos (duração superior a 12 meses) e 44,44% de casos subagudos (duração de 4 a 12 meses). O número de tratamentos realizados até a remissão foi predominantemente de 0 a 2 (58,73%). O tipo de tratamento mais comum responsável pelo sucesso foi medicação (36,51%). Dentre os 57 dos 63 participantes que haviam realizado audiometria tonal, 47,62% tinham limiares normais. O tempo médio de remissão total do zumbido em meses foi de 92,03 (Dp 99,24). Conclusões: os pacientes que alcançaram remissão total do zumbido foram prioritariamente do gênero feminino, com percepção de sons do tipo tom puro, com nota de incômodo alta, audiometria normal bilateral e com poucas tentativas de tratamento. A localização (uni ou bilateral) e o tempo de duração do zumbido (subagudo ou crônico) não influenciaram a obtenção da remissão total. Apesar do incômodo alto e da repercussão na qualidade de vida da maioria dos pacientes, parece haver um subtipo de zumbido mais propenso à remissão total e duradoura com a instituição de um tratamento |