Paisagens Algorítmicas: o uso de inteligência artificial para criação poética

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Montanari, Matheus da Rocha
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/27/27159/tde-05032021-164200/
Resumo: Com o alastramento de uma lógica algorítmica, temos que levar em consideração esses elementos como agentes e constituintes da paisagem. Entendemos que a paisagem é muito mais do que um pano de fundo onde se dá a ação: ela é algo da ordem da ação, contemplando dimensões espaço-temporais que encapsulam uma série de elementos físicos, culturais, tecnológicos e estéticos. Seguindo esse direcionamento conceitual, discutimos algumas questões tecnossociais a respeito dos algoritmos de Inteligência Artificial, principalmente dos de previsão de rotas e dos filtros colaborativos. A partir de algumas definições, fazemos aproximações entre o algoritmo e o caminhar, apontando ambos como formas possíveis de habitar o mundo, explorando suas qualidades estéticas. Para isso, fazemos um levantamento de artistas e autores que trabalharam com esses assuntos. Como desdobramento prático desta pesquisa, apresentamos o desenvolvimento de um projeto artístico intitulado Paisagens Algorítmicas. O trabalho explora como usar sistemas de Inteligência Artificial de forma poética, com o objetivo de aproximar lugares geograficamente distantes através de uma série de operações. São três processos distintos, em que cada um alimenta o seguinte com seus resultados. O primeiro se trata de uma performance que culmina em uma caminhada algorítmica por duas cidades diferentes: Paris, França e Caxias do Sul, Brasil. Esta ação produz mais de 10.000 imagens que são utilizadas como conjunto dedados para a obra. A segunda parte consiste na análise dessas imagens por um software de aprendizado de máquina criado especialmente para este trabalho. Este software faz uma pesquisa reversa de imagens no conjunto de dados e encontra os locais mais semelhantes nas duas cidades distintas. A terceira parte do projeto consiste em várias operações poéticas nessas imagens, impressas em lâminas de acrílico, que são digitalizadas e se combinam em diferentes níveis de opacidade, gerando uma nova imagem do lugar intermediário. Com várias das imagens, criamos uma projeção mapeada em um prédio de uma terceira cidade, Belém, Pará. A projeção cria uma disrupção, que constrói uma nova camada da paisagem pela combinação de imagens projetadas e a própria imagem da cidade. Por fim, projetamos uma instalação interativa em que o foco da ação se dá na relação entre o caminhar e a paisagem.